Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de fevereiro de 2020
O empresário Ricardo Mansur, de 71 anos, foi preso nesta semana em São Paulo. Ele foi dono da falida rede varejista Mappin e gestor do banco Crefisul, e estava foragido.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o juiz Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, autorizou a transferência de Mansur para prisão domiciliar.
O advogado Marcelo Rocha Leal, que defende Ricardo Mansur, confirmou que na audiência de custódia pediu a transferência do empresário para regime domiciliar. O pedido da defesa foi atendido.
Ricardo Mansur foi originalmente condenado em maio de 2011 a cinco anos e seis meses de prisão pelo juiz Marcelo Cavali, também da 6ª Vara Criminal Federal, por gestão fraudulenta no Mappin Previdência Privada e no banco Crefisul.
Em 2014, o mesmo magistrado condenou Mansur a dois anos e meio de prisão, que poderiam ser substituídos por prestação de serviços comunitários ou doação de 500 salários mínimos a entidade assistencial.
Na ocasião, o juiz entendeu que a Mappin Administradora de Consórcios desviou cerca de R$ 2,5 milhões valores pertencentes a consorciados.
“Mansur era o efetivo controlador do Grupo Mappin e de todas as empresas ligadas, e apenas evitava assinar documentos com o intuito de evitar sua futura responsabilização criminal”, diz a decisão de Cavali.
Segundo o magistrado, o empresário “agiu com culpabilidade elevada, valendo-se de sua posição de superioridade hierárquica” para que funcionários participassem de “esquema negocial sofisticado para a inserção dos dados falsos na contabilidade da administradora de consórcio”.
Aberto em 1913, em São Paulo, o Mappin foi uma das principais lojas de departamentos do País. Em 1966, a empresa foi vendida a Mansur, que era dono da Mesbla. As duas redes varejistas faliram em 1999.
Bens não declarados
Em 2017, uma reportagem do Estado de S. Paulo, dava conta de que o empresário tinha bens não declarados no exterior.
Assinaturas do empresário em movimentações de contas bancárias em nome de uma empresa com sede nos Estados Unidos foram consideradas indícios suficientes pelo juiz americano da Corte de Falências da Flórida, Robert Mark, para determinar o bloqueio de qualquer movimentação financeira direta ou indiretamente ligada a Mansur.
A lista de bens encontrados em Miami à época também inclui 15 carros de luxo que pertencem à empresa Society Retail & Auction. Foi nesta empresa que o juiz determinou o congelamento da conta bancária, que traria indícios fortes de pertencer a Mansur, apesar de estar em nome de terceiros. Os carros são do quilate de um Cadillac Escalade 2016, que no Brasil custa por volta de R$ 600 mil, ou de um Rolls-Royce Phantom 2012, que segundo o site Webmotors pode custar mais de R$ 3,5 milhões.