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Mundo Um estudo da Universidade de Harvard aponta a relação entre a poluição do ar e a taxa de mortalidade do coronavírus

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Será que outros planetas estão poluindo suas atmosferas como nós na Terra? (Foto: Reprodução)

Pacientes da Covid-19 que vivem em áreas com altos índices de poluição do ar registrados antes da pandemia estão mais propensos à morte pela doença do que aqueles que vivem em regiões menos poluídas: o risco de óbito chega a ser 15% maior. A conclusão é de um estudo inédito da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard (EUA). O trabalho relaciona pela primeira vez a exposição a poluentes por longo prazo com os índices de mortalidade da doença.

Pesquisadores da universidade analisaram a quantidade de partículas finas de poluição — conhecidas como PM 2.5 — e o número de vítimas fatais da Covid-19 em 3.080 condados dos Estados Unidos. Também foram conduzidas seis análises secundárias para ajustar fatores que poderiam afetar a conclusão. Em um desses cenários, o Estado de Nova York, o mais afetado do país, teve todos os condados excluídos para que os cientistas verificassem se havia uma influência desproporcional no quadro nacional.

Outros fatores de risco do novo coronavírus também foram levados em conta, como índices de tabagismo, densidade populacional e níveis de pobreza. A tese já era cogitada por muitas autoridades da área da saúde há semanas.

“Os resultados desse artigo sugerem que a exposição a longo prazo à poluição do ar aumenta a vulnerabilidade aos quadros mais severos da Covid-19”, escreveram os autores.

A pesquisa calcula que se a ilha de Manhattan, em Nova York, tivesse reduzido a média de partículas PM 2.5 em um micrograma por metro cúbico — uma quantia muito baixa — nos últimos 20 anos, as mortes no distrito seriam 248 menores a essa altura da crise.

O artigo também salienta que a tendência indicada pelos números tem implicações importantes para o sistema de saúde, como no planejamento das áreas que receberão reforços de respiradores e ventiladores.

“Condados com índices maiores de poluição serão aqueles que registrarão os maiores números de hospitalizações e de mortes. É preciso concentrar recursos nestas regiões”, disse Francesca Dominici, professora de bioestatística que liderou o estudo em Harvard.

Negros e pobres mais suscetíveis 

O recorte da pesquisa faz parte de uma tendência acadêmica pequena, mas crescente, que tem se concentrado na Europa. A análise não avaliou dados individuais de pacientes e não responde o motivo pelo qual algumas regiões dos EUA foram mais atingidas do que outras. Também falta esclarecer se as partículas têm algum papel na disseminação do coronavírus e se as pessoas se tornam mais suscetíveis a contrair a doença pela exposição aos poluentes.

John Balmes, professor de Medicina na Universidade da Califórnia e representante da Associação Americana de Pneumologia, vê a descoberta como “particularmente importante” para hospitais em bairros mais pobres e para comunidades negras, que tendem a estar mais exposta a índices altos de poluição do que regiões habitadas majoritariamente por pessoas brancas.

“Precisamos garantir que os hospitais que estão cuidando de pessoas mais vulneráveis tenham os recursos que precisam”, afirmou Balmes.

O acadêmico ponderou, no entanto, que as tendências indicadas pelo artigo precisam ser confirmadas através de novas pesquisas que levem em conta características individuais dos pacientes para ir além a uma conexão causal. No entanto, na sua avaliação, isso não desmerece a pesquisa:

“Continua sendo uma descoberta muito importante.”

Caso a ciência avance sobre a influência das partículas poluentes na saúde, o estudo de Harvard pode ter implicações ainda maiores e chegar às políticas de Estado. É o caso das regulações do governo americano, que têm sido desmanteladas pela administração de Donald Trum sob o argumento de que são onerosas para as indústrias nacionais.

“Os resultados do estudo reforçam a importância de continuar fortalecendo as regulações da poluição do ar existentes para proteger a saúde do ser humano durante e após a crise da Covid-19”, pontua o artigo em outro trecho.

Queima de combustíveis

A maior parte das partículas finas de poluição vêm da queima de combustíveis por veículos, refinarias e usinas de energia. Especialistas alertam que respirar o ar poluído por esses componentes danifica os pulmões ao longo do tempo, reduzindo a habilidade do corpo de reagir a infecções respiratórias.

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