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Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2020
A Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural) estabeleceu um grupo para acompanhar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, que já vem sendo sentida por produtores rurais de diversas regiões gaúchas. Em reunião com diretores dos departamentos do órgão estadual e da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), o titular em exercício da pasta solicitou um acompanhamento mais aprofundado da situação da safra do milho e da soja.
“Essa medida é para que tenhamos uma visão mais ampla do cenário, porque isso impacta também a produção de carne e leite”, frisou Luiz Fernando Rodrigues Júnior. “Trata-se de um levantamento para verificar a extensão do que está ocorrendo em nosso Estado.” Ele também mencionou que a estiagem é relativamente comum nesta época do ano no Rio Grande do Sul, sem que ocorressem perdas significativas à produção agrícola em um período mais recente.
“Historicamente, de cada dez anos, em sete temos algum comprometimento do potencial produtivo das lavouras e das pastagens, em função de alguma restrição hídrica”, prosseguiu. “Apesar disso, desde a safra 2012/2013 não tivemos uma estiagem que causasse um prejuízo maior na nossa produção.”
Rodrigues Júnior aproveitou para destacar que os produtores rurais gaúchos contam com o programa “Mais Água Mais Renda”, do governo do Estado, que auxilia na aquisição e licenciamento de sistemas de irrigação para as suas propriedades: “No caso do milho, dos 140 mil hectares irrigados no Rio Grande do Sul, 50% são derivados do ‘Mais Água Mais Renda'”.
Apresentando dados do Centro de Meteorologia do departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária, o secretário em exercício disse que a chuva deve retornar ao Estado ainda na primeira quinzena de janeiro. “Devemos ter uma recuperação plena do regime de chuvas em fevereiro”, concluiu.
Casos críticos
Camaquã já decretou situação de emergência em função da falta de chuva, assim como o município de Chuvisca. Maquiné, por sua vez, abriu protocolo no S2iD (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), mas ainda precisa preencher formulários e inserir documentos para dar andamento ao processo.
A partir da decretação, o município tem 20 dias para conclusão do processo que possibilita a homologação por parte do Estado e o reconhecimento pela União. Confira, a seguir, como minimizar os danos da estiagem:
– Construir açudes para irrigação e uso por animais;
– Construir ou instalar cisternas, tanto na área rural quanto urbana;
– Evitar colocar lixo ou poluir rios, riachos e arroios;
– Poupar água sempre e, nos períodos de estiagem, evitar o uso desnecessário;
– Diversificar culturas, principalmente na propriedade familiar, e desenvolver práticas de manejo que visam garantir a subsistência alimentar da pequena propriedade.
(Marcello Campos)