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Mundo Um jornal da Venezuela suspendeu a sua impressão por falta de papel e acusa o governo do país pelo problema

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Fundado há 42 anos, periódico passou a ser veiculado apenas na internet. (Foto: Reprodução)

Os donos de estações de televisão e de jornais privados da Venezuela acusam o governo do presidente Nicolás Maduro de apertar o cerco ao trabalho dos jornalistas e de ter instaurado a censura de forma indireta – o mais recente caso é o do diário Ultima Hora, que anunciou nesta semana a suspensão da sua edição impressa, por falta de papel.

A última edição do maior diário do Estado venezuelano saiu na quarta-feira, 30 de Agosto, e a informação foi dada na primeira página, sob um fundo negro e com a manchete “Pausa forçada!”.

“Esgotadas as negociações com o governo nacional através da estatal Corporación Maneiro, única e exclusiva fornecedora de papel para a impressão de jornais – um material vital que não nos é vendido há dois meses –, e depois de termos gasto o inventário existente (…), o Ultima Hora vê-se obrigado a suspender a sua circulação em versão impressa, até que possamos dispor novamente do referido material”, ressalta a nota.

A mensagem termina com uma citação atribuída ao padre espanhol Josemaría Escrivá, fundador do movimento católico ultraconservador Opus Dei: “Que importa que agora tenhas de cortar a tua atividade se, mais cedo ou mais tarde, qual mola comprimida, chegarás muito mais longe do que alguma vez sonhaste?”.

Fundado há 42 anos, o Ultima Hora é o jornal mais influente do Estado venezuelano de Portuguesa, que tem cerca de 1 milhão de habitantes. A sua linha editorial é claramente contrária ao governo chavista, como se percebe pelas notícias que dominam o site – agora o único meio de ligação aos seus leitores.

Reação

Em reação à pausa na edição impressa do Ultima Hora, o Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela manifestou a sua solidariedade e acusou o governo de enfraquecer “direitos fundamentais expressos na Constituição vigente”, adotada em dezembro de 1999, menos de um ano depois da eleição de Hugo Chávez, e que está agora a ser revista pela Assembleia Constituinte convocada pelo atual presidente, Nicolás Maduro.

A meio da tarde desta quinta-feira, a primeira página do site do jornal Ultima Hora era dominada precisamente pelos trabalhos da Constituinte, através de uma entrevista ao deputado Franco Casella, da Mesa da Unidade Democrática. Como deputado da oposição na Assembleia Nacional, Casella considera que a Assembleia Constituinte é “uma farsa cujo único objectivo é provocar medo e inquietação entre os opositores”.

Os 545 representantes da Assembleia Constituinte foram eleitos no dia 30 de Julho, em uma eleição boicotadas pela oposição. A sua tarefa oficial é rever alguns artigos da Constituição para – segundo Nicolás Maduro – “aperfeiçoar a revolução bolivariana” iniciada por Chávez. Os detratores do colegiado dizem que tais alterações têm por objetivo facilitar a repressão e calar os protestos nas ruas.

Nesta semana, a Constituinte aprovou a sua primeira medida de fundo: um decreto que encarrega o Ministério Público e o Supremo Tribunal a iniciarem um “julgamento histórico contra os líderes da direita”, por traição à pátria, sob a acusação de terem encorajado os Estados Unidos a aplicarem sanções econômicas à Venezuela.

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