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Brasil “Meu partido me botou lá dentro”, disse o jovem de 19 anos que administrava quase meio bilhão de reais no Ministério do Trabalho, comandado pelo PTB

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A nomeação foi assinada pelo então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB). (Foto: Edu Andrade/ASCOM/Ministério do Trabalho)

O Ministério do Trabalho nomeou um jovem de 19 anos para controlar contratos milionários da pasta. Mikael Tavares Medeiros foi indicado ao cargo pelo PTB e é responsável por autorizar pagamentos que chegam a 473 milhões de reais por ano aos fornecedores. O caso foi revelado nessa sexta-feira pelo jornal O Globo. A experiência de trabalho do jovem é como vendedor numa loja de óculos. Hoje, o salário dele no ministério é de 5.440 reais.

Mikael Tavares Medeiros é filho do delegado da Polícia Civil de Goiás Cristiomário Medeiros, que foi candidato derrotado a prefeito de Planaltina de Goiás em 2016 pelo PTB. O pai de Mikael é aliado do líder do PTB, o deputado federal Jovair Arantes, que teria sido o responsável pela indicação do garoto ao Ministério do Trabalho.

A norma para ocupação de cargos comissionados é da década de 1960 e genérica. Para o cientista político Alexandre Bandeira é preciso quem sejam estipulados critérios claros para esses cargos. “Eles deveriam ser feitos pensando principalmente a questão do critério técnico, de um bom currículo desse profissional e até mesmo de um tempo desse profissional no mercado para que ele possa exercer bem as suas funções”, afirma Bandeira.

O Ministério do Trabalho decidiu dispensar Mikael Tavares Medeiros da função de gestor financeiro de contratos. Uma portaria assinada pelo secretário-executivo substituto da pasta, Leonardo José Arantes, nessa sexta-feira confirma o afastamento do cargo.

Gestor financeiro

Mikael foi nomeado para o ministério em outubro do ano passado para coordenar a área de recursos logísticos. A nomeação foi assinada pelo então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira (PTB).

Dois meses após a contratação, Mikael mudou de função: passou a ser gestor financeiro na coordenação, com o mesmo salário. Ele é responsável pela execução orçamentária, financeira e patrimonial do ministério do trabalho. Um dos contratos de responsabilidade de Mikael é com a empresa B2T.

No ano passado, auditores da Controladoria-Geral da União (CGU) recomendaram que a empresa e os responsáveis pelo contrato no Ministério do Trabalho devolvessem R$ 4,6 milhões por causa de sobrepreço nos serviços. Um dia depois de Mikael assumir a função, o ministério liberou uma ordem de pagamento de R$ 22 milhões de reais à empresa.

“Meu partido”

Questionado sobre quem o indicou ao Ministério do Trabalho, controlado pelo PTB, Mikael respondeu: ” O meu partido”. “Qual é o seu partido?” “O que me botou lá dentro, você já disse qual é o meu partido”, disse o jovem. “Mas quem dentro do seu partido? Roberto Jefferson, Jovair Arantes, seu pai?” “O meu partido. Estou apressado, vou dirigir agora”, desligando o celular.

O que diz o Ministério

O Ministério do Trabalho disse que a ordem de pagamento teve o aval da Advocacia-Geral da União (AGU) e que a contratação de Mikael não levou em conta a idade do rapaz, mas sim a conduta ilibada para exercer o cargo.

Antes de assumir a função, Mikael já respondia na Justiça por porte de drogas. Um mês depois de ser nomeado ele foi flagrado de novo por policiais com uma porção de maconha.

O ministério disse, ainda, que todos os pagamentos seguem rígida rotina de checagem e conferência, e que os pagamentos à empresa B2T seguiram os mesmos padrões. A assessoria da B2T informou que os diretores da empresa não conhecem Mikael Medeiros.

 

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