Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de março de 2022
Estação de trem na Polônia registra alto fluxo de refugiados vindos da Ucrânia.
Foto: ReproduçãoA invasão da Ucrânia pela Rússia causou mais de 1 milhão de refugiados na primeira semana do conflito, informou o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi.
“Em apenas sete dias assistimos ao êxodo de 1 milhão de refugiados da Ucrânia para os países vizinhos”, escreveu Grandi, na manhã desta quinta-feira (3), no Twitter.
“Para muitos milhões mais, dentro da Ucrânia, é tempo de as armas se calarem, para que possa ser prestada assistência humanitária que salve vidas”, acrescentou.
O comissário vai avaliar a situação dos refugiados numa visita à Romênia, Moldávia e Polônia, três dos países que estão acolhendo os refugiados, para assegurar o apoio dos governos ao Acnur, adiantou.
Mais de metade dos refugiados já chegaram à Polônia e alguns milhares a outros países, como a República Tcheca, onde existe grande comunidade ucraniana.
Em mensagem publicada na rede social, Grandi disse que, desde do início da invasão russa, o número de refugiados “cresce exponencialmente, hora a hora” e que nos 40 anos em que tem trabalhado com refugiados nunca viu “um crescimento tão rápido no êxodo de uma população”.
“Até que o conflito cesse, os ucranianos continuarão a fugir”, afirmou, reiterando a estimativa de que esta crise poderá resultar em 4 milhões de refugiados.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, incluindo forças terrestres e bombardeios em várias cidades.
Alemanha acolhe refugiados
Milhares de pessoas que deixaram a Ucrânia em meio a guerra com a Rússia começaram a chegar também na Alemanha. Os refugiados chegaram na estação central de trens em Berlim, vindo da cidade polonesa de Przemysl.
Desde o dia 27, a empresa ferroviária Deutsche Bahn permite que cidadãos ucranianos viajem da Polônia para a Alemanha gratuitamente. A polícia federal alemã anunciou que 5.309 refugiados que chegam da Ucrânia foram registrados, embora mais possam ter vindo sem registro.
Anúncios em várias línguas davam boas-vindas aos recém chegados, com painéis azul e amarelo representando a bandeira da Ucrânia. Voluntários ajudavam os refugiados com as bagagens e ofereciam água e comida. Dezenas de moradores ofereceram suas casas para as pessoas. As autoridades locais também se preparam abrigos de emergência para receber os ucranianos.
A prefeita de Berlim, Franziska Giffey, disse que a capital irá preparar camas para 20.000 pessoas, enquanto o ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, falou em acomodar entre 50.000 e 100.000.
Nesta semana, a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, disse que o país ajudaria os refugiados “rapidamente e sem burocracia”.
Faeser também elogiou a “mudança de paradigma” que fez com que todos os países da União Europeia concordassem em receber refugiados ucranianos, incluindo países como Polônia e Hungria, que sempre se opuseram à entrada de imigrantes sírios e afegãos em seu território.
Em 2015, a Alemanha acolheu mais de um milhão de refugiados sírios. Nos anos seguintes a política alemã endureceu a entrada dessas pessoas, por causa da reação anti-imigrantes da direita.
A agência para refugiados da ONU, a Acnur, informou que mais de um milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia em menos de uma semana de conflitos. A estimativa é de que até 5 milhões de ucranianos fujam do país.