Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2018
Preso em 2013, acusado de transportar 445 quilos de cocaína em um helicóptero que pertencia ao ex-deputado estadual de Minas Gerais Gustavo Perrella (SD), o piloto Rogério Almeida Antunes foi detido novamente na noite de quarta-feira (25) em São Paulo. Segundo a polícia, ele pilotava uma aeronave onde foram encontrados vestígios de drogas.
Os investigadores apreenderam o helicóptero dentro de uma oficina no bairro Jardim Fazenda Rincão, em Arujá, na Grande São Paulo. A polícia suspeita que a aeronave seria utilizada pela facção criminosa paulista PCC (Primeiro Comando da Capital) para transportar drogas entre Bolívia e Brasil.
Policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de São Bernardo do Campo chegaram até o helicóptero ao investigar os rastros de outro piloto, Felipe Ramos Moraes, suspeito de participar da execução de dois líderes do grupo criminoso em Fortaleza há dois meses: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.
Dentro do helicóptero, foram localizados vestígios de cocaína. De acordo com a polícia, outros indícios de que a aeronave transportava drogas são a falta de assentos além do banco do piloto, a remoção do GPS e a presença de dois tambores de gasolina. Segundo policiais, a gasolina extra serve para aumentar a autonomia do voo e evitar pousos durante a viagem.
Nome de laranja
Além de Rogério, outros dois pilotos foram presos na operação de quarta-feira. Os investigadores tentam descobrir, agora, a quem pertence o helicóptero. Eles suspeitam que esteja em nome de um laranja.
Em 2014, Rogério foi denunciado por tráfico de drogas e associação ao tráfico pelo MPF (Miinistério Público Federal) do Espírito Santo no episódio envolvendo o helicóptero de Perrella. A Justiça permitiu que ele respondesse ao processo em liberdade. A denúncia diz que o ex-piloto ganharia R$ 50 mil para transportar a cocaína. Rogério e mais quatro pessoas foram condenados em dezembro do ano passado.
Polícia Federal descartou ligação com deputado
Durante a investigação, a PF (Polícia Federal) concluiu que, embora a aeronave pertencesse à empresa Limeira Agropecuária, de Perrella, o ex-parlamentar não teve nenhuma ligação com o crime. Em depoimento, Perrella afirmou que foi enganado por Rogério, que havia pedido autorização para ir a São Paulo fazer um frete de passageiros com a aeronave. O nome de Perrella não foi citado nem no indiciamento nem na denúncia.
Nomeado diretor da Confederação Brasileira de Futebol
Além de pilotar o helicóptero, Rogério era funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Depois do episódio, foi exonerado. Ex-secretário nacional de futebol do Ministério do Esporte, Perrella foi nomeado diretor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no início do ano. Ele é filho do senador e ex-presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella (MDB-MG).