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Brasil Um professor de história se vestiu de nazista para dar aula no Espírito Santo

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Atitude do educador vem sendo interpretada como apologia ao nazismo. (Foto: Reprodução)

A foto de um professor vestido de nazista enquanto dava aula de História sobre a Segunda Guerra Mundial em uma escola particular de Vila Velha (ES), na última sexta-feira (21), gerou revolta nas redes sociais. Internautas criticaram o uso do uniforme do Terceiro Reich, que levou à morte 6 milhões de judeus no Holocausto, além de outras 5 milhões de pessoas de grupos considerados inferiores por Adolf Hitler, entre 1933 e 1945.

O caso ocorreu no Centro Educacional Charles Darwin. Em notas, a escola e o professor, Gabriel Tebaldi, afirmaram que o objetivo foi tornar a aula mais dinâmica e que em nenhum momento houve apologia ao nazismo. Tebaldi ressaltou, ainda, que todos os alunos eram maiores de idade. A Cicapi (Congregação Israelita Capixaba), que representa a comunidade judaica no Espírito Santo, emitiu uma nota de repúdio à atitude do docente.

Nas redes sociais, internautas criticaram a atitude do professor. “Já parou pra analisar que ele entrou em uma sala de aula vestido de nazista? Ele está fazendo uma realidade que é o nazismo se tornar algo engraçado, quando não é. O nazismo trouxe a morte de 6 milhões de judeus, e isso nunca é engraçado. Isso é criminoso, isso é cruel”, disse um usuário do Twitter.

“Se ele realmente tivesse se formado adequadamente no curso de História, saberia o peso que é utilizar uma fantasia dessas, e se sentiria no mínimo culpado de fazer isso como uma mera brincadeira para tornar a aula mais atrativa. Lamentável”, escreveu mais uma pessoa.

A Congregação Israelita Capixaba manifestou sua “preocupação, constrangimento e repúdio com a didática adotada” do professor Tebaldi. O presidente da Cicapi, Alfredo Silbermann, contou que a foto do professor vestido de nazista chocou a comunidade judaica do Espírito Santo. Silbermann frisou que, mesmo sem ter a intenção, a atitude de Tebaldi feriu os sentimentos de pessoas cujos pais e avós morreram nos campos de concentração durante o nazismo.

“Quando uma imagem vale mais do que mil palavras, não tem como usar qualquer justificativa para o fato, mesmo alegando que não defende tal ideia. Esperamos que no futuro ele não repita mais essa infeliz atitude”, afirmou o presidente da congregação.

A escola e o professor rebateram as acusações de apologia ao nazismo. Segundo o colégio Darwin, em um comunicado, o conteúdo da aula foi ministrado dentro da proposta pedagógica, sem ter defendido, pregado ou incitado a ideologia do regime nazista.

Já Tebaldi, em nota, frisou que “em nenhum momento” tomou “posição favorável ao referido personagem (Adolf Hitler)”, “e muito menos” fez difusão de ideias baseadas “na superioridade de raças com incitamento a discriminação”. “Muito pelo contrário, o objetivo, como professor de História, era relatar fatos que ocorreram, ganhando ainda mais a atenção de meus alunos com minha caracterização que sempre foi alvo de elogios”, disse o docente.

Em entrevista nesta terça-feira (25), o professor afirmou que houve uma má interpretação de pessoas que não estavam na aula da última sexta-feira. “Acredito que a manifestação da comunidade judaica tenha sido fruto dessa interpretação errônea. A crítica que fizeram de apologia é criminosa porque não houve propaganda do regime. Trabalhamos em sala todos os problemas do nazismo, falamos sobre os campos de concentração, tudo foi explicado em detalhes. Abordei o tema sem fazer piada ou sátira. A aula não foi ofensiva”, explicou Tebaldi.

Além disso, a escola informou que o professor já teria o costume de se vestir como outros personagens históricos, como soldado romano ou algum monarca, dependendo do tema que está sendo lecionado, “com o objetivo de enriquecer o conteúdo em sala de aula”.

Recentemente, o Terceiro Reich ficou no centro de uma discussão nas redes sociais após a Embaixada da Alemanha ter publicado um vídeo sobre a forma como as escolas do Brasil abordam o nazismo. O objetivo do post era mostrar que os alemães não têm vergonha de falar sobre o passado nazista, principalmente para evitar que algo semelhante se repita. A publicação, porém, acabou se tornando uma polarização política, surpreendendo a equipe de mídias sociais da missão diplomática. Alguns brasileiros questionaram fatos históricos, negando que tenha existido o Holocausto ou dizendo que o nazismo era um regime de esquerda, e não de extrema direita.

Na Alemanha é crime negar o Holocausto, exibir símbolos nazistas e fazer a saudação nazista ao ditador Adolf Hitler. De acordo com o embaixador alemão no Brasil, Georg Witschel, os livros e textos sobre o período, além das visitas aos campos de concentração são algo chocante para os alunos. Dessa forma, para ele, um uniforme das forças armadas da Alemanha na Segunda Guerra Mundial representa algo “muito mais sensitivo” do que outras vestimentas.

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https://www.osul.com.br/um-professor-de-historia-se-vestiu-de-nazista-para-dar-aula-no-espirito-santo/ Um professor de história se vestiu de nazista para dar aula no Espírito Santo 2018-09-25
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