Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2020
Um professor de 50 anos morreu na tarde de terça-feira (4) após passar mal em uma escola pública na Asa Norte, em Brasília (DF). Parentes alegam que Odailton Charles Albuquerque Silva pode ter sido envenenado com um suco que tomou no colégio. A Polícia Civil investiga.
O professor foi internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) na última quinta-feira (30), após passar mal no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410 da Asa Norte. Até o ano passado, ele era o diretor da escola.
Segundo a Polícia Civil, o caso está sendo investigado com “prioridade máxima” e “nenhuma hipótese está descartada”.
No mesmo dia em que o professor passou mal, a mulher dele procurou a polícia para registrar uma ocorrência por tentativa de homicídio. Aos investigadores, ela disse que Odailton teve um mal-estar após tomar um suco. A mulher levou as roupas que o marido usava, sujas de vômito, e citou a suspeita de envenenamento.
Na terça, médicos declararam a morte cerebral do educador. Segundo parentes, o professor deixa uma filha de 7 anos e a mulher dele está muito abalada.
Investigações
À TV Globo, o delegado Laércio Rossetto, que investiga o caso, disse que aguarda o resultado de exames que vão comprovar qual substância o professor ingeriu e se houve envenenamento.
Investigadores já começaram a ouvir funcionários da escola mas, segundo o delegado, os depoimentos são contraditórios. Servidores não quiseram comentar o caso. Em nota, a Polícia Civil do DF informou que só vai dar mais informações sobre a ocorrência após os exames.
“Todas as pessoas envolvidas no acontecido estão sendo ouvidas na unidade policial responsável, todos os exames pertinentes foram solicitados e o resultado das perícias está sendo aguardado. Nenhuma hipótese está descartada”, diz o texto.
A Secretaria de Educação do DF, por sua vez, afirmou em nota que “lamenta o ocorrido e irá aguardar as conclusões do inquérito policial”.
Eleição perdida
Odailton Charles Albuquerque Silva foi diretor do CEF 410 por oito anos. Em 2019, ele chegou a concorrer em uma eleição para tentar um novo mandato, mas perdeu.
Esclarecimentos
Um dia após a morte do professor, a mulher dele pede esclarecimentos. “Tem que esperar realmente. Está entregue à Justiça e eu quero essa resposta, eu confio. No momento a gente tem que aguardar”, disse ao portal G1 nesta quarta-feira (5).
A mulher do professor, que não quis se identificar, disse que ainda não tem maiores informações sobre o caso. “Não estou ciente de nada, não me passaram nada. A gente escuta várias versões, mas desconhece vários fatos. Tudo foi entregue à polícia e a gente tem que aguardar.”
O cunhado, que também não quis se identificar, pede ajuda de pessoas que possam esclarecer o que ocorreu. “Estamos em busca de informação. A gente não acusa ninguém. Apesar de ser um momento difícil, temos essa parcimônia para não acusar ninguém, porque é uma coisa séria.”
Luto
Odailton tinha 50 anos, dava aulas de geografia e estava na rede pública de ensino desde 1999. Nesta quarta, uma faixa de luto foi estendida na unidade, que está em recesso e funcionava nesta manhã apenas para questões administrativas.
Dois funcionários da escola ouvidos pela reportagem disseram que todos estão muito chocados com o ocorrido. Um servidor chegou a afirmar que “Odailton era uma pessoa muito querida”. Apesar do caso, o início do ano letivo no local está mantido para 10 de fevereiro.