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Por Redação O Sul | 15 de junho de 2017
De um lado, a liberdade de reinar absoluto sob seu próprio teto. De outro, a responsabilidade por manter esse teto de pé (e com energia elétrica, água, gás e internet). Embora esse seja o grande dilema de quem deseja morar sozinho, apenas oito em cada dez pessoas que tomaram essa decisão se planejaram financeiramente para isso. Resultado: um quarto está endividada.
A conclusão é de uma pesquisa feita pela SPC Brasil e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) divulgada na terça-feira (13), que ouviu 600 pessoas que moram sozinhas nas 27 capitais brasileiras. Socializar é a atividade que mais afeta o orçamento dos solitários: bares, restaurantes e baladas são as compras que mais pesam no bolso para 28% dos entrevistados, ao lado de peças de vestuário.
Quem está devendo prefere inclusive reduzir os gastos com energia elétrica (31%) antes de moderar a despesa com compra de roupas (27%). Assim, não é surpresa que a fatura atrasada do cartão de crédito e de lojas seja a principal dívida de quem está no vermelho. Em média, eles devem R$ 1.500.
Quando a coisa aperta nas contas do mês, o ajuste começa por comprar coisas mais baratas (24%), pedir dinheiro emprestado a amigos ou familiares (22%) ou cortar na carne e na TV, reduzindo gastos com supermercado e assinatura de pacotes de canais a cabo.
Entre quem já está endividado, a primeira solução buscada é parcelar o saldo devedor – embora 40% dos que estão nessa situação terem respondido que não estão fazendo nenhuma economia para resolver a situação.
De modo geral, quase sete em cada dez dos entrevistados disseram que não têm nenhum dinheiro guardado. Entre quem tem, a modalidade mais comum é a poupança, reservada principalmente para imprevistos (31%), viagens (19%) e aposentadoria (17%).
Gastos
Os consumidores que planejam reduzir os gastos em junho chegam a 58%, de acordo com o Indicador de Propensão ao Consumo, calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL. Segundo a pesquisa, os principais motivos são a tentativa de economizar (23%), os preços mais elevados (18%), o fato de estarem endividados (15%) e a redução de renda (10%).
A maior parte dos entrevistados diz que não tem sobra nem falta de dinheiro (42%) e 37% dizem estar no “vermelho”, sem conseguir pagar todas as contas. Somente 15% dizem estar com sobra de dinheiro. Excluindo itens de supermercado na lista dos produtos que os consumidores pretendem comprar em junho, roupas, calçados e acessórios foram citados por 23%. Em seguida, aparecem os itens de farmácia (22%), recarga de celular (18%) e perfumes e cosméticos (13%).
“A quantidade de consumidores no limite de seu orçamento pode ser reflexo da crise econômica, mas também não se pode desconsiderar a falta de organização financeira, que leva ao acúmulo de dívidas e a todas as consequências que decorrem do aperto, como o stress e até o desentendimento familiar”, afirmou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.