Sexta-feira, 09 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de janeiro de 2019
Um foguete japonês colocou sete minissatélites em órbita, nesta sexta-feira (18), um deles destinado a criar uma chuva artificial de meteoritos, como se fossem fogos artificiais espaciais. A ideia desse espetáculo celeste inédito foi de uma empresa baseada em Tóquio, que criou o dispositivo.
Solto no universo interestelar pelo pequeno foguete Epsilon-4, o artefato tem de liberar 400 minúsculas bolas que brilharão, enquanto cruzam a atmosfera no início de 2020 acima de Hiroshima.
O foguete decolou esta manhã do centro espacial Uchinoura, levando sete minissatélites, que incluem diversas tecnologias “inovadoras”, relatou o porta-voz da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (Jaxa), Nobuyoshi Fujimoto.
Os satélites foram postos em órbita como estava previsto, um sucesso para o Epsilon. “Estava muito emocionada, sem palavras”, disse a presidente da empresa ALE, Lena Okajima, à agência de notícias japonesa Jiji.
A ALE criou o projeto de chuva de meteoritos, que se repetirá de 20 a 30 vezes. Em órbita a 500 quilômetros da Terra, o satélite da ALE descerá progressivamente até 400 quilômetros, durante o ano que vem.
A empresa quer fazer “o mundo inteiro” sonhar com “estrelas fugazes sob encomenda” lançadas no lugar certo, com a velocidade certa e na direção correta, conforme um processo técnico secreto.
De diferentes cores, as estrelas vão brilhar por vários segundos até sumirem totalmente. Se tudo acontecer como previsto, e o céu estiver claro, milhões de pessoas poderão ver este espetáculo em 2020, incluindo as zonas urbanas com muita poluição luminosa, como Tóquio, promete a companhia.
Rússia planeja publicidade no espaço
A startup russa StartRocket quer fazer anúncios no espaço. Segundo o site oficial da empresa, ela pretende viabilizar o projeto “The Orbital Display” (algo como “o cartaz orbital”, em tradução livre para português) usando CubeSats (nanosatélites cúbicos lançados através de outros satélites que já estão no espaço).
A ideia é que cada um desses satélites refletirá a luz do Sol para formar um só pixel; por causa disso, os anúncios serão visíveis apenas ao amanhecer e ao crepúsculo.
Ainda neste mês, a StartRocket vai buscar investidores, recrutar engenheiros e desenvolver controles de sistema. Em outubro deste ano, eles escolherão um local de produção, vão conceber anúncios e inaugurar um centro de controle para o primeiro envio de peça publicitário para o espaço.
Na teoria, o “letreiro” ficará de 400 a 500 km acima da órbita da Terra. As mensagens ficarão visíveis de três a quatro vezes por dia, serão visíveis para todos os sete bilhões de habitantes do planeta e terão entre si intervalos de seis minutos.
Vlad Sitnikov, corrdenador do projeto, disse ao Futurism que “nós viveremos no espaço” e vamos começar a enviar nossa cultura para lá. “Os profissionais com mais experiência tornarão isso melhor para todos”, contou.
Por outro lado, há quem não veja isso sem ressalvas. “É uma ameaça à liberdade astronômica da pesquisa do solo. Cada um desses pontinhos brilhantes e móveis no céu da noite é algo que pode interferir em nossa habilidade de coleter fótons de fontes astronômicas”, afirmou John Barentine, da Associação Internacional dos Céus Escuros (IDA, na sigla em inglês), ao Astronomy.com.