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Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2019
Um terremoto de magnitude 5.3 atingiu a Ilha Norte da Nova Zelândia nesta terça-feira (10) (horário local), menos de um dia depois da erupção vulcânica que matou turistas e deixou dezenas de feridos. Não há alerta de tsunami.
Segundo o jornal “NZ Herald”, o tremor desta terça pôde ser sentido perto da Ilha Branca, onde fica o vulcão em que aconteceu a erupção. Entretanto, de acordo com o observatório neozelandês Geonet, os dois fenômenos não têm relação.
Não havia informação sobre feridos ou danos estruturais nas cidades afetadas — inclusive na capital Wellington, onde foi possível sentir o tremor. De acordo com a imprensa local, o epicentro estava a 29km de profundidade.
A Nova Zelândia fica na região do Círculo de Fogo do Pacífico, no encontro entre placas tectônicas. Na área, cheia de arcos vulcânicos, ocorreram cerca de 90% dos terremotos e alguns dos piores desastres naturais do mundo.
Erupção
O número de mortos na erupção do vulcão da Ilha Branca, na Nova Zelândia, subiu para seis nesta terça. Oito turistas seguem desaparecidos e as autoridades não acreditam que tenham sobrevivido. Trinta e uma pessoas, entre 13 e 72 anos, estão internadas em sete hospitais.
Entre os feridos, 27 tiveram queimaduras em até 30% do corpo. Muitos também tiveram queimaduras nas vias aéreas e precisam de oxigênio.
Tendo em vista o estado grave dos feridos, o porta-voz do Ministério da Saúde da Nova Zelândia, Pete Watson, não descarta que o número de mortos possa aumentar. “É possível que nem todos os pacientes sobrevivam”, afirmou.
Após sobrevoos na região, as autoridades descartaram que ainda tenham sobreviventes na Ilha Branca.
A erupção aconteceu na segunda-feira às 14h11min, pela hora local – ou 22h11min de domingo (8), pelo horário de Brasília. Uma espessa nuvem de cinzas atingiu 3657 metros acima do vulcão e era visível da Ilha Norte da Nova Zelândia.
As condições instáveis, com emissões de gases tóxicos e cinzas, impediram as equipes de resgate de percorrer a ilha a pé.
No momento da erupção, 47 pessoas estavam no local, entre eles, britânicos, alemães, australianos, chineses, malaios e americanos.
Um casal de brasileiros que vive na Austrália contou que escapou por poucos minutos da erupção. Allessandro Kauffmann afirmou que dois tours foram até o vulcão na segunda. Eles estavam no primeiro. Alguns turistas que estavam no segundo tour tiveram queimaduras – algumas delas graves.
Alertas
A Agência Nacional de Emergência emitiu um alerta para possíveis novas erupções e atividade sísmica moderada. As autoridades neozelandesas cancelaram excursões na região.
De acordo com a BBC, em 3 de dezembro, o site de monitoramento geológico GeoNet alertou que “o vulcão podia estar entrando em um período em que a atividade eruptiva era mais provável do que o normal”. Porém, tinham acrescentado que “o atual nível de atividade não representava um risco direto para os visitantes”.
Já a professora associada da Universidade de Auckland, Jan Lindsay, disse que o nível de alerta foi recentemente aumentado de 1 para 2. “Havia um nível elevado de agitação, e todos estavam cientes”, declarou.
Turistas
O vulcão da Ilha Branca, chamado pelos nativos maoris neozelandeses de Whakaari, atrai cerca de 10 mil turistas anualmente.
A formação rochosa fica constantemente envolta em uma nuvem de fumaça branca – o que originou seu nome, “Ilha Branca”. No local, é possível ver rochas amareladas cobertas de enxofre e um lago verde fosforescente de ácido sulfúrico.
A sua mais recente erupção, até então, tinha ocorrido em 2016, mas ele registrou diversas delas nas últimas cinco décadas.
Para chegar ao Whakaari é preciso ter dinheiro para bancar a viagem de helicóptero ou encarar algumas horas de barco.