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Brasil Um turista norte-americano foi preso por recusar o atendimento de funcionários negros no Museu de Arte do Rio de Janeiro

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Instituição manifestou nota de repúdio ao incidente. (Foto: Reprodução)

Um caso de injúria racial cometido por um turista norte-americanos revoltou funcionários do MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro), na Zona Portuária da cidade. Conforme relatos de testemunhas, por volta das 10h dessa quarta-feira ele procurou a recepção,  em busca de informações. Ao ser recebido por funcionários negros, porém, negou-se a conversar.

“Em inglês, eu perguntei se precisava de ajuda, e ele então virou de costas para mim e falou que não queria ser atendido por negros”, contou o estudante Elian Almeida, que trabalha como educador na instituição. “Fiquei chocado e perguntei novamente a ele, que repetiu o gesto de discriminação. Nesse momento, eu disse que ia chamar a polícia e ele saiu do museu.”

Almeida correu até uma base da Guarda Municipal em frente ao museu e foi orientado a procurar uma equipe da PM (Polícia Militar) nas imediações. De volta com a companhia de um soldado, ele conseguiu localizar o estrangeiro, que foi conduzido a uma delegacia da Polícia Civil, onde o caso foi registrado.

Relatos indicaram que o turista já havia se negado a ser atendido por outra monitora do MAR. “A minha reação foi de indignação total, mas não consegui fazer nada”, lementou uma das testemunhas do episódio. “A funcionária chorou.”

“Em pleno século 21, passar por isso é algo que me machuca mas que, ao mesmo tempo, me dá força para seguir e ver o que eu tenho que fazer”, declarou a monitora discriminada pelo visitante norte-americano. “A gente não vai parar aqui.”

A advogada Amanda Antunes, que representa o Museu de Arte do Rio de Janeiro, informou que os funcionários agredidos e a direção da instituição devem se reunir para discutir que medidas jurídicas vão tomar sobre o caso:

“O museu apoia a igualdade racial e de gênero, sempre levantamos essa bandeira. Foi um caso atípico mas a gente não quer deixar isso impune e a gente apoia os nossos funcionários. As vítimas devem conversar com a diretoria para que isso realmente não morra aqui”.

“No black people”

Mesmo diante dos policiais na Delegacia, o turista manteve o tom racista de suas manifestações racistas. “Quando a gente foi levá-lo para a cela, um colega nosso que é pardo fez a revista e ouvimos o sujeito dizer, em inglês, ‘no black people’ [sem pessoas negras]. Eu nunca passei por uma situação como essa.”

Aparentando cerca de 35 anos, o turista estava sem documentos e foi identificado apenas como Anthony, natural dos Estados Unidos. Ele disse estar hospedado no hotel Barão de Tefé, em frente ao Cais do Valongo, na Gamboa – curiosamente, o principal porto de entrada de africanos escravizados nas Américas e um dos pontos do Circuito Histórico da Celebração da Herança Africana na Zona Portuária.

O consulado americano já foi informado sobre o caso e Anthony, que já está em liberdade, pode ser enquadrado no crime de injúria racial. Em nota, o MAR descreveu a dinâmica do crime e disse que outras medidas legais estão sendo estudadas pelo departamento jurídico do Instituto Odeon, responsável pela administração do local. Por fim, o comunicado reitera o repúdio à atitude do turista e diz: “Racistas não passarão.”

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