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Notícias Um vereador de Porto Alegre foi preso por exigir dinheiro de seus assessores

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O então parlamentar do MDB teria exigido dinheiro de assessores.(Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A semana começou agitada na Câmara Municipal de Porto Alegre. No início da manhã dessa terça-feira, um dia após a formalização de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior, o vereador André Carus (MDB) foi preso temporariamente pela Polícia Civil. O parlamentar é acusado de extorquir assessores, que teriam sido obrigados a fazer empréstimos consignados e repassar o dinheiro a ele.

Os agentes cumpriram dez ordens de busca e apreensão, abrangendo a residência de Carús no bairro Santo Antônio (de onde ele foi levado em uma viatura, às 8h30min), seu gabinete no Legislativo e endereços ligados ao Dmae (Departamentos Municipal de Água e Esgoto) e Demhab (Departamento Municipal de Habitação) onde estão lotados CCs (cargos em comissão) indicados pelo vereador.

Também foi alvo de busca e apreensão a sede da empresa Municred (Cooperativa de Economia e Crédito dos Servidores da Administração Pública de Porto Alegre), na Rua da Praia. De acordo com a investigação, era ali que os assessores do emedebista obtinham os empréstimos supostamente exigidos por ele – em alguns casos, os valores financiados teriam chegado a R$ 300 mil, acima do limite de 30% de desconto em folha permitido por lei.

A operação policial, denominada “Argentários”, foi motivada pela delação espontânea de uma ex-assessora. Os funcionários teriam sido extorquidos com a alegação de que o vereador precisava saldar dívidas pessoais. Carús não foi o único a receber voz de prisão: outras dois servidores municipais ligados a ele também foram conduzidos ao Deic (Departamento de Investigações Criminais), além de uma terceira pessoa (por porte ilegal de arma-de-fogo).

Trajetória

Carús, 37 anos, é formado em Direito e exerce o seu primeiro mandato na Casa, onde já presidiu por duas vezes a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Após exercer a vereança como suplente em algumas oportunidades, em 2016 ele obteve nas urnas a vaga no Legislativo, com o segundo melhor desempenho entre os candidatos do MDB (quase 6,9 mil votos), partido para o qual eleito presidente municipal no final de agosto.

Antes disso, ele já havia atuado como titular-adjunto da Smam (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) e diretor-geral do DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana) de 2013 a 2016, durante a prefeitura de José Fortunati. Ele acabou deixando a pasta após ser alvo de mandados de busca e apreensão por parte do MP (Ministério Público), por suspeitas de irregularidades em contratos com empresas terceirizadas.

Defesa

No final da tarde, a página do parlamentar na rede social Facebook apresentou uma primeira manifestação sobre o caso: “O vereador André Carús (MDB), através do seu advogado de defesa, reafirma à sociedade e à imprensa a sua inocência acerca dos fatos investigados e divulgados. Carús irá colaborar com as investigações e tem total interesse em esclarecer os fatos à polícia e à sociedade. Todas as acusações serão contestadas, uma a uma”.

Câmara

Às 10h37min, o site oficial do Legislativo da capital gaúcha repercutiu a prisão de seu integrante, por meio de uma “Nota de Esclarecimento” assinada pela presidente da Casa, Mônica Leal (PP). Confira a seguir a íntegra do texto:

“A presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre tomou conhecimento, na manhã desta terça-feira (1°/10), da prisão provisória do vereador André Carús (MDB) em decorrência da investigação iniciada pela Polícia Civil por suposto envolvimento na prática de obtenção de empréstimos consignados por parte de servidores vinculados ao vereador. Nesta fase do procedimento, a Câmara Municipal de Porto Alegre se prontificou a colaborar com a Polícia Civil para a ampla investigação dos fatos. A Câmara Municipal de Porto Alegre aguarda as investigações para adotar as medidas cabíveis no âmbito interno”.

MDB

Também em nota, o diretório local do MDB ressaltou ter recebido o fato com surpresa e esperas que a verdade apareça. A legenda informou, ainda, que Carús pediu o seu afastamento da função de presidente municipal da sigla, que ficará a cargo do deputado estadual Tiago Simon.

(Marcello Campos)

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