Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
21°
Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Uma brasileira impedida de entrar na Irlanda relata que nos dias em que ficou presa em um presídio viu cenas de terror

Compartilhe esta notícia:

Paloma passou dias de terror e desespero na Irlanda. (Foto: Reprodução)

Dois dias de terror e desespero em uma prisão feminina na Irlanda. O relato é da brasileira Paloma Carvalho, de 24 anos, que foi impedida de entrar no país no dia 18 de julho e passou dois dias presa antes de ser liberada. A jovem, que mora em Campinas (SP), estava na casa do noivo na Suíça e foi até Dublin para visitar a família que a recebeu por um ano durante um intercâmbio como Au Pair. No entanto, a imigração não permitiu a entrada e deu voz de prisão à mulher.

Paloma apresentou todos os documentos à imigração irlandesa, inclusive a passagem de volta para o Brasil, marcada para o dia 25 de setembro, mas recebeu a informação de que as autoridades desconfiaram da possibilidade dela ficar ilegal no país e, por isso, seria deportada. A partir daí, começou o momento de maior desespero para a jovem. Ela foi obrigada a entregar todos os documentos, malas e objetos pessoais para ser levada a um presídio de Dublin.

O caso de Paloma ganhou destaque nas redes sociais e também na imprensa brasileira e irlandesa. O Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Brasil na Irlanda foram acionados para resolver a situação da jovem e, após dois dias presa, ela foi liberada pra ficar mais dez dias no país. Depois de ficar na casa da família que iria visitar, a mulher voltou para a Suíça e chegou ao Brasil na última segunda (28). Ela detalhou os dias no presídio.

“Quando eu cheguei lá, eu não sabia que era uma prisão. Eu achei que, como eu seria deportada, eu estava indo para um hotel. Quando entrei, eu vi que tinham policiais que me mandaram ficar nua para a revista. Tiraram foto minha na parede igual criminosa e depois me deram um saco com um pijama. Ai eu vi que estava sendo presa e me desesperei”, afirmou Paloma, que é formada comissária de bordo, mas não exerce a profissão.

Segundo Paloma, ela chegou a perguntar diversas vezes porque estava sendo presa, mas as autoridades não respondiam nada e apenas a encaminharam para a cela. A jovem teve direito a uma ligação e avisou o noivo, que começou a pedir ajuda e avisou a família que a aguardava na Irlanda, além da mãe dela, Vandete Carvalho, em Campinas.

Sem dormir e sem comer

Ao ser encaminhada para a cela, o desespero e o choro tomaram conta de Paloma ainda mais. A jovem afirmou que dividiu o dormitório com uma mulher irlandesa que afirmava ser alcoólatra e ter roubado um shopping. A brasileira ficou desesperada de dividir o mesmo espaço com uma suposta criminosa e não conseguiu dormir.

Quando chegou ao presídio, ela disse que estava com fome e lhe ofereceram um prato de carne moída com cenoura. No entanto, o cheiro da comida estava muito forte e ela não conseguiu comer. Depois, no almoço do dia seguinte, a jovem se surpreendeu com o tempo máximo de apenas 10 minutos para se alimentar e com as funcionárias do presídio servindo a comida com a mão. “Aquilo parecia vômito”, relatou.

 “Lugar de ninguém é aqui”

Durante o almoço, a brasileira conversou com outras detentas, que perguntaram porque ela chorava tanto e não conseguia comer. Após o diálogo, uma das presas pegou a comida do prato de Paloma com a mão e passou para a própria bandeja. O episódio gerou uma discussão generalizada no refeitório, o que deixou a jovem ainda mais nervosa.

“Elas me perguntaram porque eu estava tão desesperada. Eu disse que era porque o meu lugar não era lá e elas me responderam, ironicamente, que o lugar de ninguém era lá. O clima era muito hostil, as pessoas te tratam muito mal, eu nunca imaginei que fosse passar um dia em um lugar desse”, contou.

Depois do almoço, Paloma foi avisada de que seria liberada e mais uma vez precisou ficar nua para ser revistada antes de deixar o presídio. Ela foi levada então para o aeroporto, onde pegou suas malas e objetos pessoais, e depois foi para a cidade da família onde trabalhou como Au Pair, que fica a três horas de Dublin.

Ala especial

Após a prisão de Paloma, o governo irlandês informou que vai reformar uma área no aeroporto de Dublin para abrigar estrangeiros com problemas de imigração. A reforma da ala no aeroporto foi confirmada pela Embaixada da Irlanda no Brasil, que não disse se há ligação da obra com a prisão de Paloma, alegando que o “Departamento de Justiça e Igualdade não faz comentários sobre casos individuais”.

Segundo a embaixada, as obras serão feitas sob a supervisão da polícia irlandesa e começam em setembro, com previsão de conclusão em 10 meses. O local terá um posto da polícia, área administrativa e de detenção.

À época da prisão de Paloma, o Itamaraty informou que levar estrangeiros para prisões é uma “questão recorrente na Irlanda”. O Ministério das Relações Exteriores também afirmou que acompanhou “de perto” o caso da brasileira até a resolução. (AG) 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Câmara dos Deputados rejeita cota para mulheres no Legislativo
Mega-Sena pode pagar 3 milhões de reais no sorteio desta quarta-feira
https://www.osul.com.br/uma-brasileira-impedida-de-entrar-na-irlanda-relata-que-nos-dias-em-que-ficou-presa-em-um-presidio-viu-cenas-de-terror/ Uma brasileira impedida de entrar na Irlanda relata que nos dias em que ficou presa em um presídio viu cenas de terror 2017-09-01
Deixe seu comentário
Pode te interessar