Sábado, 25 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2020
Uma pesquisa revela que 57% dos brasileiros desaprovam o apoio de Bolsonaro aos atos contra o Congresso
O Instituto Paraná Pesquisas divulgou nesta terça-feira (10), os resultados de um estudo de opinião pública realizado no Brasil, com o objetivo de consultar à população sobre falas do presidente Jair Bolsonaro.
Foi utilizada uma amostra de 2.002 habitantes, sendo dividida por sexo, faixa etária, escolaridade, nível econômico e posição geográfica. O trabalho de levantamento de dados foi feito através de entrevistas telefônicas, com pessoas de 16 anos ou mais, em 160 municípios de 26 Estados e Distrito Federal, entre os dias 04 a 06 de março.
Foram realizadas duas perguntas sobre a percepção da população a respeito de o presidente apoiar atos contra o Congresso Nacional. Os resultados para a primeira pergunta “É certo ou errado o Presidente apoiar atos contra o Congresso Nacional, ou seja, Deputados e Senadores”, revelaram que 52,2% dos entrevistados acham errado essa conduta. Outros 40% dos entrevistados acham certo. Não souberam ou não opinaram somaram 7,8% dos entrevistados.
Entre a população que acredita que a conduta do presidente é certa, 45,5% são de homens e 35,2% são de mulheres. Entre os que acreditam ser errada, 48% são homens e 56% são mulheres. Em relação a escolaridade, a maioria que acredita que a conduta do presidente é correta tem o ensino médio: são 45% dos entrevistados. Já entre os que consideram a conduta do presidente errada, a maioria disse ter o ensino superior: 57,4% dos entrevistados.
A segunda pergunta feita pela pesquisa foi: “O fato do Presidente apoiar atos contra o Congresso Nacional, ou seja, contra Deputados e Senadores isto é bom ou ruim para o País? ”. Nesse caso, 57,1% dos entrevistados disseram que é ruim e 35% disseram que é bom. Não souberam ou não opinaram somaram 7,8%.
A maioria da população que acredita ser bom é de homens, com 39,5%. Já entre os que acreditam ser ruim, a maioria é de mulheres com 59,5%. Mais uma vez, o nível de escolaridade dos entrevistados que responderam acreditar ser bom, é o ensino médio, com 38,5% dos entrevistados. Entre os que responderam que é ruim, 63,7% afirmaram ter ensino superior. O grau de confiança da pesquisa é de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2% para os resultados gerais.
Termômetro
Em uma gestão marcada por crises entre Legislativo e Executivo, a principal ferramenta de negociação política do governo Bolsonaro, hoje, está nas mãos dos manifestantes que vão às ruas em 15 de março, avaliam especialistas ouvidos pelo Correio. Para o Planalto, os atos são uma cartada necessária, mesmo que as discordâncias recentes, como a relativa ao Orçamento Impositivo, tenham sido parcialmente resolvidas. Mas, para os parlamentares, o próximo fim de semana será um termômetro importante para medir a capacidade do governo de interferir na agenda do Congresso.
O analista político Creomar de Souza, da consultoria Dharma, explicou que o resultado da manifestação terá influência direta na saúde política do governo e, em especial, na relação de Bolsonaro com o Legislativo. “Se os atos forem bem sucedidos, vão reforçar a ideia de que, radicalizando, o presidente consegue pressionar o Congresso e avançar na agenda. É praticamente a única ferramenta dele, pois é um governo que queima pontes”, avaliou. Nesse caso, o Congresso pode se sentir “acuado”. Ou seja, se a manifestação for grande, como os organizadores afirmam que será, a dinâmica atual continua: o governo, sem base aliada, apela para as ruas para emplacar a agenda, resumiu o especialista.