Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 27 de outubro de 2022
A União Europeia (UE) atingiu um acordo nesta quinta-feira (27) sobre uma lei que proíbe efetivamente a venda de novos carros a gasolina e diesel a partir de 2035, com objetivo de acelerar a mudança do continente aos veículos elétricos, numa tentativa de combater mudanças climáticas.
Os negociadores dos países da UE e do Parlamento da União Europeia concordaram que montadoras devem atingir um corte de 100% nas emissões de CO2 até 2035, o que impede a venda de veículos novos movidos a combustíveis fósseis no bloco de 27 países a partir dessa data.
“Este acordo é uma boa notícia para os motoristas…carros de emissão zero se tornarão mais baratos e acessíveis a todos”, disse o principal negociador do Parlamento, Jan Huitema.
O chefe de política climática da UE, Frans Timmermans, disse que o acordo envia um forte sinal à indústria e aos consumidores. “A Europa está adotando a mudança para a mobilidade de emissão zero”, disse ele.
O acordo também inclui um corte de 55% nas emissões de gás carbônico de carros novos vendidos a partir de 2030. A redução terá de ocorrer sobre os níveis de emissões verificados em 2021 e é muito maior que a meta atual de redução de 37,5%.
Novas vans devem cumprir um corte de 100% de CO2 até 2035, e um redução de 50% até 2030 em comparação com os níveis de 2021.
Os negociadores concordaram que a UE elaborará um proposta sobre como os carros que funcionam com “combustíveis neutros em CO2” poderão ser vendido após 2035.
Bruxelas busca acordos em mais dois projetos de lei sobre questões ambientais a tempo da conferência do clima organizada pelas Nações Unidas para novembro, na tentativa de mostrar que, apesar da recessão iminente e do aumento dos preços da energia, o bloco está avançando com seus objetivos climáticos.
Metas
Os países que assinaram o Acordo do Clima de Paris não estão cumprindo seus compromissos de combater as mudanças climáticas, levando o planeta a caminho de um futuro marcado por inundações mais intensas, incêndios florestais, secas, ondas de calor e extinção de espécies, de acordo com um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Às vésperas da nova cúpula da ONU sobre o clima, a COP27, que começa em 6 de novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito, apenas 26 dos 193 países atualizaram neste ano suas metas de redução da emissão de dióxido de carbono (CO2), conhecidas pela sigla em inglês NDC (contribuições nacionalmente determinadas).
O CO2 é o principal dos gases causadores do efeito estufa e, sem reduções drásticas nas emissões, a temperatura do planeta tende a aumentar em média entre 2,1ºC a 2,9ºC , em comparação com os níveis pré-industriais, até 2100. Isso é muito maior do que a meta de 1,5ºC estabelecida pelo Acordo de Paris, e ultrapassa o limite após o qual cientistas alertam para o aumento da probabilidade de eventos climáticos catastróficos.
O Brasil apresentou uma meta atualizada em abril, formalizando a promessa feita na COP26 de reduzir as emissões de CO2 pela metade até o fim da década. A NDC apresentada pelo governo Bolsonaro, porém, ainda mantém uma base de cálculo que permite ao país emitir mais dióxido de carbono do que prometeu no Acordo de Paris, assinado em 2015.
“Ainda não estamos nem perto do nível e do ritmo das reduções de emissões necessárias para nos pôr no caminho de um mundo de até 1,5ºC”, afirmou Simon Stiell, secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, em comunicado. “Pelo contrário, a soma dos compromissos dos 193 países que fazem parte do acordo pode colocar o mundo no caminho de um aquecimento de 2,5ºC até o fim do século.”