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Brasil Universitárias denunciam colegas que usam o WhatsApp para incitar estupros

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Estudantes de Belém (PA) registraram boletim de ocorrência. (Foto: Reprodução)

Nesta semana, ao menos quatro estudantes da UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia), em Belém (PA), registraram boletim de ocorrência na Divisão de Proteção e Repressão a Crimes Tecnológicos contra pelo menos dois integrantes de um grupo no WhatsApp.

O motivo: incitação ao estupro e compartilhamento de imagens íntimas de colegas, além de mensagens de cunho racista e homofóbico. Cerca de 15 mulheres teriam sido expostas pelos suspeitos, que também seriam alunos da instituição. Protestos foram realizados no campus nos últimos dias, pedindo que eles sejam expulsos.

Nos “prints” compartilhados nas redes sociais, é possível ler frases como “Bora logo meter o estupro”, seguido por risadas e uma resposta: “Estupro não. Sexo surpresa”. Mas as acusações não param por aí. Comentários racistas também apareceram em meio às conversas: “Tô querendo comprar um anão, acho que branco deve tá caro. Um negro deve ser mais barato”.

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, conversou com a imprensa por telefone na manhã desta quarta-feira. A estudante contou que a incitação ao estupro foi diretamente para ela e uma amiga, sobre quem um dos alunos disse que “meteria com surpresa”.

“Conseguimos o histórico no domingo”, relatou. “Eu não conhecia ninguém, esse foi o maior susto. Eles faziam um ranking das meninas mais bonitas. A gente fez uma festa de São João, e eles me viram lá, começaram a falar de mim, do meu corpo, coisas absurdas, como ‘Essa é a bunda mais bonita da UFRA’ e outras coisas que nos deixam mal. Um dos autores das mensagens também escreveu “Vamos fazer uma casinha, bora meter o estupro’. Se eles me abordassem, eu não teria como escapar, então fiquei com muito medo. Comecei a tremer. Nunca passei por isso.”

A jovem, que está recebendo apoio psicológico da Universidade, junto com outras alunas, frisou que não hesitou em registrar um boletim de ocorrência na polícia. A sua indignação também foi gerada por conteúdo racista dito no grupo de WhatsApp: “Não é a primeira vez que escutamos algo do gênero e sabemos que existe racismo, machismo em todo lugar”.

Uma das mensagens também dizia “É preto, tem que morrer, tem que meter uma bala”. Segundo as garotas, esse tipo de crime tem que ser denunciado, senão a polícia não pode fazer nada: “A gente também vai ao Ministério Público, a todos os órgãos que pudermos”, porque essas coisas vão continuar acontecendo se a gente não fizer nada. Não se brinca com estupro, isso é uma coisa muito séria.”

Sobre os pedidos de expulsão dos autores das mensagens, a vítima contou que as alunas atingidas estão buscando, neste momento, auxiliar a polícia nas investigações e, depois do processo civil, vão cobrar medidas da instituição contra os jovens:

“Agora a gente só quer que esse processo corra, porque eles precisam aprender que não é assim que se trata uma mulher. Aliás, eles falam de tudo naquele grupo, cometeram vários crimes ali. A gente quer que eles respondam por isso. Não tem nenhuma criança ali, eles são homens”.

Revolta

Dezenas de estudantes da Ufra manifestaram a sua indignação após as conversas no WhatsApp virem à tona. Cartazes com as frases mais marcantes foram espalhados nas paredes da universidade, expondo os seus autores. O caso gerou repercussão nas redes sociais.

“Criaram um grupo de machos na Ufra onde a grande maioria ali faz apologia ao estupro, racismo e machismo e compartilhamento de nudes onde eles classificam as moças de melhor a pior. Agora, todos estão sendo expostos. Acho pouco”, postou um aluno em uma rede social.

 

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https://www.osul.com.br/universitarias-denunciam-colegas-que-usam-o-whatsapp-para-incitar-estupros/ Universitárias denunciam colegas que usam o WhatsApp para incitar estupros 2018-08-08
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