Quarta-feira, 12 de novembro de 2025

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Comportamento Uso de celular tem aumentado entre casais e causado conflitos

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Reclamações de phubbing, ato de ignorar o outro enquanto usa o celular, têm aumentado.

Foto: Adobe
Reclamações de phubbing, ato de ignorar o outro enquanto usa o celular, têm aumentado. (Foto: Adobe)

Nos consultórios de terapia de casais, um tema tem se tornado recorrente: o uso excessivo do celular e a forma como ele interfere nas relações afetivas. Para muitos casais, a presença constante das telas tem gerado conflitos, ressentimentos e até separações. O problema é tão comum que já é considerado um “clássico conjugal da década”.

A terapeuta Maria Sabrina Gonçalves da Silva, que atua com casais desde 2020, confirma o aumento desse tipo de queixa. “Eles nunca entendem o uso do celular como um problema. Só percebem o prejuízo quando deixam de ter a atenção ou o afeto do parceiro e se dão conta do quanto isso afeta a relação”, afirma.

Entre os principais fatores que transformam a tecnologia em uma ameaça à vida amorosa está o phubbing, termo em inglês que combina phone (celular) e snubbing (esnobar). Ele descreve o ato de ignorar alguém para interagir com o smartphone. Embora o conceito exista desde 2015, especialistas afirmam que o comportamento se intensificou nos últimos anos, especialmente após a pandemia, quando o tempo online aumentou consideravelmente.

Foi nesse período que Laura Amed, de 23 anos, viveu uma crise com o namorado. A assessora de imprensa relata que o parceiro, mesmo presente fisicamente, parecia sempre distante. “Teve uma noite que eu virei de costas e comecei a chorar. Disse a ele: é muito difícil encontrar uma pessoa e perceber que, quando estou com você, você não está no mesmo ambiente que eu. Até hoje isso me magoa”, conta.

Pesquisas confirmam que a tecnologia tem mudado o comportamento dos casais. Um levantamento do Pew Research Center, nos Estados Unidos, mostrou que 51% dos entrevistados disseram que o parceiro está frequentemente distraído com o celular durante conversas, e 40% se incomodam com o tempo excessivo que o outro passa conectado.

No Brasil, um estudo da Universidade Federal do Piauí (UFPI) constatou que o phubbing impacta diretamente o bem-estar conjugal. “O principal ingrediente da satisfação é a interação. Estar presente, passar tempo junto. Quando a tecnologia entra nesse meio, ela destrói a relação. Quanto mais a pessoa sofre phubbing, menos satisfeita fica e mais tende a investir menos no relacionamento”, explica a pesquisadora Iara Teixeira, uma das autoras do estudo.

A pesquisa também identificou padrões de comportamento. Mais de 21% dos entrevistados disseram que o parceiro mantém o celular por perto o tempo todo, mesmo durante momentos a dois. Outros 24% afirmaram que isso ocorre com frequência, e 21,9% relataram que o parceiro usa o aparelho durante o tempo livre que poderiam passar juntos.

O problema não é restrito aos jovens. Renato Navarro, de 30 anos, chefe da divisão de desenvolvimento na prefeitura de Cajamar, viveu uma situação parecida em um relacionamento anterior. “O pior era ver no dia a dia. Chegar do trabalho e ela não conversar, ficar presa no celular, respondendo mecanicamente. É muito ruim quando a pessoa com quem você vive não te dá atenção. Você se sente mal”, diz.

Para os especialistas, o celular, embora essencial na vida moderna, tem alterado a dinâmica da intimidade. A facilidade de acesso às redes sociais e mensagens instantâneas muitas vezes leva à sensação de presença constante, mas, paradoxalmente, à ausência emocional. O desafio, segundo os terapeutas, é restabelecer limites e acordos dentro da relação.

“Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de recuperar a qualidade da presença”, afirma Maria Sabrina. “Quando um dos parceiros sente que está competindo com o celular pela atenção do outro, o vínculo se fragiliza. E o amor, aos poucos, deixa de ser vivido no presente.”

(Com informações do O Estado de S.Paulo)

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