Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2021
A vacinação em massa contra a covid-19 em países do Oriente Médio, com a reabertura da economia local, começa a trazer benefícios ao agronegócio brasileiro. Após um crescimento de menos de 2% nos embarques para a Liga Árabe em todo o ano passado, no primeiro trimestre de 2021 o incremento das vendas chega a 8,7% ante igual período de 2020, para US$ 1,78 bilhão.
Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, destaca que Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Arábia Saudita, principalmente, foram agressivos nas compras de vacinas. Também fizeram controle na entrada no país e ampla testagem da população. Isso levou a uma reação do setor de food service, o mais afetado no início da pandemia, e à retomada de eventos esportivos e de negócios.
“A vacinação mostra resultado imediato no incremento das relações entre esses países e o mundo”, diz Mansour. Ele prevê exportações do agro brasileiro aos países árabes até 5% maiores neste ano.
Em alta
Os embarques de grãos do Brasil para os árabes mais que dobraram no primeiro trimestre, puxados por demanda para ração, compras para garantir suprimento e consolidação de hubs regionais de exportação aos mercados próximos. Segundo Mansour, as exportações de soja cresceram 148%, e as de milho, 133%. Até itens não tradicionais para aquele mercado, como algodão, viram seu espaço aumentar de janeiro a março.
Recuperação
Para carnes de frango e bovina, a Câmara ainda vê resultado na exportação semelhante ao de 2020, de US$ 2,94 bilhões. Mas Mansour acredita que os embarques têm potencial de superar os do ano passado. Além do aquecimento do consumo com a recuperação da economia, o plano de nacionalização da produção vai demorar “mais do que o esperado” em virtude de a importação ser a opção mais barata no momento.
A entidade também prevê para este ano os primeiros embarques de carne de ovinos brasileira à Arábia Saudita, aos Emirados Árabes e ao Bahrein.
“Tem procura e o plano nacional de criação e abates de ovinos está mais modernizado e adaptado às questões sanitárias e regulamentares desses países”, diz Mansour. Outro foco é estimular a venda de produtos alimentícios de maior valor agregado, aproveitando a tradição do País na produção halal (própria para o consumo muçulmano).