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Viagem e Turismo Vai para Nova York? Cidade que nunca dorme já não existe como antes; entenda

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Parte do comércio de Nova York passou a fechar mais cedo nos últimos anos. (Foto: Reprodução)

Se você for ver “Moulin Rouge” na Broadway, em Nova York (EUA, às oito da noite de uma quinta-feira e sair do teatro às 10h30, nem se dê ao trabalho de pegar o trem e descer até o Wo Hop esperando bater aquele lo mein às 23h. O metrô voltou a operar de madrugada, sim, mas a verdadeira instituição de Chinatown que também funcionava 24 horas por dia agora fecha às 22h. O L’Express, bistrô com jeitão francês na Park Avenue South, tem uma placa na porta que diz “Ouvert 24 Hrs.”, mas hoje em dia fecha às duas da manhã às sextas e sábados e às 23h no resto da semana.

O Cafeteria, em Chelsea, espaço elegante que serve comida com jeitão caseiro e que antes permanecia aberto dia e noite, agora encerra o expediente à uma da manhã; o mesmo vale para a Whitestone Lanes, casa de boliche no Queens, que passou a terminar as atividades entre uma e duas da manhã. E tem um 24 Hour Fitness em Kew Gardens que só vai até as dez.

Nova York está se recuperando da pandemia, mas cabe questionar se sua fama de cidade que nunca para está correndo sério risco.

As razões para a mudança de comportamento variam: algumas casas se cansaram de tolerar clientes bêbados até altas horas da noite; outras se preocupam com a segurança dos funcionários no trajeto de volta para casa. Houve as que reduziram a operação durante a pandemia e ainda não conseguiram se reestruturar; muitos restaurantes ainda reclamam da dificuldade de encontrar funcionários, mesmo com os sinais de melhora.

Enquanto o resto do país já recuperou todos os empregos perdidos no período entre 2020 e 2022, a retomada em Nova York segue mais lenta. Muitas colocações em hotéis e restaurantes sumiram porque há menos gente visitando a cidade e/ou comendo fora, e as vagas que restam são as mais difíceis de ser preenchidas, com turnos no meio da noite e salário relativamente baixo.

Em 1978, quando Frank Sinatra – figurinha carimbada da madrugada em lugares como P.J. Clarke’s e Jilly’s – cantou “New York, New York”, disse que queria “acordar na cidade que nunca dorme”. A fama pegou, mas agora os nova-iorquinos acostumados a uma metrópole com o motor ligado continuamente se veem desorientados, sem saber como se ajustar aos novos horários. Quer um lanchinho depois da saideira? Claro, a loja de conveniência perto de casa deve estar aberta – mas talvez você já não possa se sentar no seu estabelecimento favorito.

Uma saída noturna recente revelou clientes surpresos em várias regiões, tentando se ajustar à redução dos serviços das instituições, antes contínuos – além de fartas provas de que o fornecimento daquelas guloseimas que antes eram possíveis às três, quatro da manhã mudou e se adaptou, mas não desapareceu completamente.

“O Wo Hop, fechado? Como assim?”, surpreendeu-se Damon Crittendon, depois de dar com a porta na cara em plena noite de sábado, às 22h36min. Com a mulher, ele tinha saído de uma festa, e já contava poder se exibir para os filhos por ter comido pato assado depois, como sempre fazia. Hoje, mora a quase 100km da cidade, em Goshen, mas se lembra da rotina na juventude, quando ia sempre ao Wo Hop depois da balada. “Eu estava querendo matar a saudade”, confessou.

No Veselka, restaurante ucraniano favorito dos moradores do East Village e dos alunos da Universidade de Nova York, Shep Wahnon, cliente da casa desde 1981, tinha acabado de comer um blintz e tomar uma sopa com bolinhos de matzá: “Agora inventaram essa de fechar a cozinha no meio da noite. Bela novidade.”

O luminoso na fachada em que se lia “Aberto 24 horas” não estava aceso. A casa, que começou como uma barraquinha de doces em 1954 e se tornou restaurante nos anos 1980, funcionou noite e dia de 1991 até março de 2020, no início da pandemia. Agora fecha às 23h nos dias de semana e à meia-noite às sextas e sábados.

Para alguns comerciantes, ficar aberto até muito tarde significa correr o risco de atrair clientes indesejados. O Space Billiards, situado no 12º andar de um prédio na agitada West 32nd Street, no centrinho de K-Town, existe desde 2007, mas deixou de funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana, antes da pandemia – em 2017.

“O problema é que a maioria dos clientes que chegam depois da uma da manhã é gente que não é lá muito educada nem está com a cabeça no lugar”, disse o diretor de marketing Harvey Shim.

Mas tem quem desista do serviço 24 horas e permaneça com as portas abertas até bem tarde: o Space Billiards agora fecha quando para se servir bebida alcoólica, às quatro da manhã – e normalmente está sempre cheio até o fim. As informações são do jornal The New York Times.

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