Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2018
O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo terá uma base aliada superior a 350 parlamentares, “sem toma lá, dá cá”. Segundo ele, antes da campanha, em julho, o apoio ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, era de 112 parlamentares, dos quais a maioria se reelegeu.
“Estamos numa fase bem adiantada de diálogo com bancadas. Eu visitei duas bancadas, a do MDB e PR e, na semana que vem até o Natal, o presidente vai receber todas as bancadas do nosso campo político”, disse Lorenzoni, em entrevista concedida ao jornalista Roberto d’Ávila, na GloboNews.
O futuro ministro da Casa Civil, que atualmente chefia a equipe de transição, com um cargo de ministro extraordinário, disse que a desconexão do governo com a sociedade se deve ao “toma lá, dá cá”. “O presidencialismo de coalizão era dependente disso. Nós temos uma nova forma de relacionamento. Teremos uma secretaria que vai cuidar das relações parlamentares, uma parte para a Câmara e outra para o Senado”, disse.
De acordo com Lorenzoni, Bolsonaro quer chegar a dezembro do ano que vem com os parlamentares afirmando que nunca foram tão bem tratados e respeitos pelo Executivo. O futuro ministro, inclusive, afirmou que o governo deve evitar interferir nas escolhas de lideranças do Congresso. “Pela experiência que eu e ele temos, quanto menos o Executivo interferir na Câmara, melhor. Os governos que pesaram a mão nisso se deram mal. Deixa o Parlamento se resolver”, afirmou.
Lorenzoni, que foi reeleito deputado federal pelo DEM no Rio Grande do Sul, disse que sua relação com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é “fantástica” e reiterou também que o governo de Bolsonaro vai propor uma reforma para a Previdência que separe assistência social da Previdência. “O que é a aposentadoria se não uma assistência, uma rede de proteção?”, questionou. Segundo ele, as propostas que foram feitas até então para o sistema previdenciário são “remendos”.
De acordo com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, Onyx será o “comandante” da articulação política do governo, mas o general Santos Cruz, futuro ministro da Secretaria de Governo, também fará a interlocução do Planalto com o Congresso.
“O general [Santos Cruz] vai cuidar de PPI e relações federativas. A parte do Congresso é minha. Ele [Santos Cruz] vai receber estados e municípios, é aí que fica a divisão, porque nos desafoga, porque as tarefas da Casa Civil são muito pesadas”, disse Lorenzoni.
A divisão de tarefas, se confirmada, representará mudanças na comparação com a estrutura do governo de Michel Temer.
Atualmente, a articulação com o Congresso é tarefa da Secretaria de Governo, cujo ministro é o deputado licenciado Carlos Marun (MDB-MS). A Casa Civil, chefiada por Eliseu Padilha (MDB-RS), trata da coordenação entre os ministérios e do andamento dos diferentes projetos do governo.