Por Redação O Sul | 27 de junho de 2015
A Santa Sé e o “Estado da Palestina” assinaram nesta sexta-feira (26), na Cidade do Vaticano, um histórico acordo sobre os direitos da Igreja Católica nos territórios palestinos, anunciou o Vaticano, em um comunicado.
A preparação deste texto por uma comissão bilateral levou 15 anos. Embora o Vaticano se refira ao “Estado da Palestina” desde o início de 2013, os palestinos consideram que a assinatura do acordo equivale a um reconhecimento de fato de seu Estado, o que irrita Israel.
O Vaticano pediu “decisões corajosas” para acabar com o conflito israelense-palestino e apoiar uma solução entre os dois Estados no Oriente Médio.
O acordo, que trata das atividades da Igreja Católica nas áreas controladas pela Autoridade Palestina, também confirmou o papel proativo do Vaticano na política externa sob comando do papa Francisco. No ano passado, a Santa Sé participou da retomada de laços entre Estados Unidos e Cuba.
Israel lamentou o acordo e advertiu que isso pode ser nocivo para os esforços para a paz na região. O ministério israelense das Relações Exteriores “lamentou a decisão do Vaticano de reconhecer oficialmente a Autoridade Palestina como um Estado no acordo assinado hoje [sexta-feira]”, declarou o porta-voz da Chancelaria, Emmanuel Nahshon.
O acordo foi assinado no Palácio Pontifício pelo secretário para as relações com os Estados (ministro das Relações Exteriores), cardeal Paul Richard Gallagher, e pelo ministro palestino de Relações Exteriores, Riyad al-Maliki.
O pacto expressa o apoio do Vaticano a uma solução “do conflito entre israelenses e palestinos no âmbito da fórmula de dois Estados”, havia explicado em maio o monsenhor Antoine Camilleri, chefe da delegação da Santa Sé.
Para a OLP (Organização para a Libertação da Palestina), este acordo converte o Vaticano no 136° país a reconhecer o “Estado da Palestina”. Para Israel, “uma decisão como essa não faz o processo de paz avançar e afasta a direção palestina das negociações bilaterais”.
Fracassos
A Santa Sé tem relações com Tel Aviv desde 1993. Negocia desde 1999 um acordo sobre os direitos jurídicos e patrimoniais das congregações católicas em Israel, mas cada reunião semestral termina com um fracasso.
