Terça-feira, 29 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2020
Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (18), o economista Abraham Weintraub anunciou sua saída do cargo de ministro da Educação, que ocupava desde abril de 2019. Na gravação, ele aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
O governo não confirmou quem assumirá o MEC (Ministério da Educação) no lugar de Weintraub. A demissão de Weintraub repercutiu entre políticos aliados e opositores do governo Bolsonaro.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, se manifestou sobre a saída do ministro da Educação. Ele diz que espera que o MEC possa ficar melhor. “Todo mundo sabe a minha posição, então não adianta aqui ficar reafirmando, não é isso que vai melhorar o diálogo com o Ministério da Educação. Esperamos que a gente possa ter, no Ministério da Educação, alguém de fato comprometido com a educação e com o futuro das nossas crianças.”
Em nota, entidades estudantis afirmam que a saída de Weintraub do MEC é “resultado da resposta dos estudantes que foram às ruas aos milhões no ano passado no Tsunami da Educação”, como foram chamadas as manifestações em defesa da educação e de mais recursos públicos para a área.
“Seguiremos atentos com o que vier. Reforçamos que o debate sobre o adiamento do ENEM precisa passar por uma discussão mais profunda, e não apenas por uma enquete. Reafirmamos nosso compromisso com a defesa de uma educação de qualidade para todos brasileiros e todas brasileiras, uma educação que sirva para reduzir desigualdades e alcançar uma sociedade mais justa”, diz o texto assinado pela Associação Nacional dos Pós-graduandos (ANPG), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Leia abaixo o que disseram outros parlamentares após a saída de Weintraub:
– Carla Zambelli (PSL-SP), deputada federal: “É com o coração partido, mas com todo o carinho que temos por você, que nós dizemos até logo. Desejamos o melhor para sua vida e de sua família, querido Abraham Weintraub. Muito sucesso e luz em sua nova missão, no Banco Mundial!”
– Carlos Jordy (PSL-RJ), vice-líder do governo na Câmara: “Obrigado por tudo que o senhor fez pela educação, pelo Governo e pelo Brasil, Ministro Abraham Weintraub. Entrou desconhecido e saiu um GIGANTE. Diferentemente de um falso herói que tivemos entre nós, saiu com postura e hombridade. Boa sorte em sua nova jornada!”
– Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB na Câmara: “A permanência do ministro da Educação no cargo já vinha sendo questionada por vários segmentos da sociedade, mesmo antes da divulgação do vídeo em que ele se referiu aos ministros do STF de forma ofensiva e inaceitável. Porém, após sua participação em atos antidemocráticos e depois da decisão do Supremo de mantê-lo em inquérito que investiga as fake news, o certo é que sua participação no governo se tornou insustentável.”
– Fernanda Melchionna (PSOL-RS), deputada federal: “Felizmente, hoje se consagrou a demissão de Abraham Weintraub, o pior ministro da Educação que o Brasil já teve. […] Nós acreditamos que a mobilização em defesa da educação pública e do ensino superior precisa seguir. Infelizmente, Bolsonaro também é ideólogo de uma lógica obscurantista, anticiência, anti-universidades e anti-instituições. É fundamental lutar para derrotar esse governo.”
– João Henrique Campos (PSB-PE), deputado: “Demissão de Weintraub e já precisamos focar nos desafios que vêm pela frente. O terceiro ministro da Educação de Bolsonaro promete ser uma triste extensão da era de Velez e Weintraub. […] Fica claro que Bolsonaro não quer um MEC que trabalhe por um ensino de qualidade, mas para impor sua ideologia pessoal na educação brasileira.”
– Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado: “Eu vejo com muita satisfação, e até tardia, a saída do ministro da Educação. Não fez nada em relação à educação, não estabeleceu políticas públicas educacionais. Se prestou mais a ser um ativista que, o intuito de ajudar o presidente da República, só atrapalhou e fez tumultos desnecessários. Que vá feliz para qualquer outra atividade, que será um bem para a educação brasileira.”
– Randolfe Rodrigues (Rede-AP), senador: “Já vai tarde! Há tempos o Ministério da Educação, assim como o Brasil, está sem comando. É uma vitória da Educação! Mas vale lembrar: não é porque caiu que não vai deixar de pagar por eventuais crimes, viu? Isso vale p/ Bolsonaro e p/ Weintraub! O Brasil merece mais!”
– Tabata Amaral (PDT-SP), deputada federal: “Não fosse uma crônica de morte anunciada, diria que a saída do Weintraub, hoje, seria artimanha do PR para abafar a prisão do Queiroz. A saída do pior ministro da educação da história é um alívio para milhões de jovens brasileiros. #WeinTarde.” As informações são do portal de notícias G1 e da Agência Brasil.