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Notícias Relembre a reação conjunta dos Três Poderes no 8 de Janeiro de 2023

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Resposta imediata contribuiu para fortalecer as relações entre as instituições. (Foto: Reprodução)

Na noite de 8 de janeiro de 2023, assim que os vândalos foram retirados do edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF), a então presidente da Corte, Rosa Weber, rumou para a Esplanada dos Ministérios. Em meio ao rastro de destruição, determinou que o plenário fosse reconstruído a tempo da retomada dos trabalhos do Judiciário, em 1º de fevereiro. Autoridades dos outros Poderes também vistoriavam os estragos e davam andamento a uma histórica reação institucional em defesa da democracia.

No Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) articulava, para a manhã do dia seguinte, uma reunião com os chefes dos três Poderes. A cúpula do Legislativo – cuja sede foi a primeira a ser invadida pelos vândalos – estava fora de Brasília, mas também reagiu rapidamente aos ataques. O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), telefonou para Rosa Weber, enquanto Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, foi às redes sociais rechaçar “a baderna, a destruição e vandalismo”. Governadores dos mais variados partidos, governistas e de oposição, também uniram esforços e se preparavam para desembarcar em Brasília nas horas seguintes.

A primeira reação aos atos foi simbólica. Além de convocar uma reunião para as 9h para tratar do assunto, Lula decidiu naquela noite ir imediatamente ao Supremo encontrar com Rosa Weber. Com esses gestos, quis demonstrar que as instituições continuariam funcionando, a despeito dos danos físicos causados pelos golpistas nos prédios públicos – o prejuízo estimado aos cofres públicos ultrapassa os R$ 15 milhões.

Relações fortalecidas

No Executivo, fontes também afirmam que essa resposta imediata de autoridades contribuiu para fortalecer as relações entre as instituições. E fazem ainda uma leitura de que o saldo dos atos daquele dia poderia ter sido pior: apesar das falhas de segurança que permitiram o livre trânsito de invasores, a percepção hoje é de que uma reação mais contundente poderia ter escalado o conflito com militares.

As falhas da segurança do Palácio do Planalto também fizeram o presidente descartar, desde o princípio, a possibilidade de decretar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem [GLO], o que colocaria as Forças Armadas no centro do comando do país. “Houve uma tentativa de golpe, que só não se efetivou por detalhes. O que faltou talvez tenha sido um levante das Forças Armadas, do oficialato. A GLO poderia ter aberto um caminho”, afirma uma fonte graduada do governo.

Ação coordenada

Relatos de policiais afirmam que, apesar da aparência caótica, havia método e muito planejamento por trás das invasões. Enquanto alguns simplesmente destruíam obras de arte ou urinavam e defecavam em salas do Palácio do Planalto, outros se dirigiram para pontos estratégicos. Computadores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) desapareceram, assim como armamentos depositados em uma sala do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Falha do GSI

A cúpula do governo constatou ainda que os golpistas se aproveitaram da fragilidade das mudanças que estavam sendo promovidas dentro do GSI no início do governo. Nos dias anteriores, haviam sido exonerados dezenas de funcionários ligados ao ex-titular da pasta Augusto Heleno, um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro.

A atuação do GSI no episódio acabou resultando na saída do general Gonçalves Dias – indicado por Lula – que apareceu em imagens da câmera de segurança do Planalto interagindo com invasores.

As críticas ao GSI se somam à avaliação de que a Guarda Presidencial se omitiu, permitindo a invasão ao Planalto. Ministros opinam ainda que a falta de reação acabou tendo um efeito inverso ao que pretendiam os golpistas. Segundo esses auxiliares de Lula, o protocolo em todo o mundo nesses casos é reagir com munição letal. Mas, na avaliação deles, isso poderia ter sido o catalisador de uma intervenção militar.

Acampamentos

A reação cautelosa também guiou a ação no acampamento em frente ao comando do Exército, onde pessoas protestavam contra o resultado das eleições de 2022. Houve negociação para prender todos que estavam acampados ainda à noite. Mas foram feitos apelos dos militares para que isso ocorresse à luz do dia, alegando que haveria um “banho de sangue”. “A minha teoria é que naquela noite saíram de 300 a 400 pessoas do acampamento”, diz uma fonte que acompanhou a negociação.

Após o episódio, a reação institucional foi acompanhada de uma resposta na Justiça. O ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e a prisão de Torres. Ele também mandou prender todas as pessoas que continuaram em frente ao Exército em Brasília.

No 8 de Janeiro, apenas 243 pessoas foram presas dentro dos prédios públicos e na Praça dos Três Poderes após a ação da polícia para retomar as sedes do Congresso, do Planalto e do Supremo. No dia seguinte, mais 1.927 pessoas, que estavam acampadas, foram detidas.

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