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Por Redação O Sul | 27 de abril de 2018
Quando o dólar sobe demais, quem viajou para o exterior e fez compras em dólar no cartão de crédito, ou mesmo encomendou algum produto de fora e pagou no cartão, costuma ficar preocupado. Isso porque o uso do cartão de crédito para compras em moeda estrangeira tem algumas regras específicas, e elas podem gerar confusão.
Veja abaixo 3 perguntas sobre o uso do cartão de crédito para fazer compras em dólar:
1. Qual a data da conversão do dólar nas compras no cartão?
O valor em dólar será convertido em reais com base na cotação da moeda americana no dia do fechamento da fatura, e não na data da compra. O valor da fatura é emitido de acordo com o câmbio no dia do seu fechamento. Se o cliente pedir para antecipar o pagamento antes do fechamento da fatura, está sujeito ao preço do dólar daquele dia.
2. Quais as vantagens e desvantagens de usar o cartão em uma viagem internacional?
Uma das principais desvantagens de usar o cartão de crédito para comprar em moeda estrangeira é que o consumidor fica sujeito à oscilação até a data do fechamento da fatura. Isso quer dizer que o turista não sabe ao certo qual será o tamanho da conta, já que ele depende da cotação do dólar no futuro.
Por isso, para quem conseguir comprar uma boa quantidade de dólar em espécie antes da viagem, o professor Cláudio Carvajal, da FIAP, recomenda que “o cartão seja utilizado o mínimo possível”.
Já no lado das vantagens do cartão, ele aponta que o cartão pode ser uma espécie de reserva financeira para evitar que o turista que não conseguiu comprar uma quantidade suficiente de dólar em espécie antes de viajar passe apuros no exterior. “Se você não conseguiu comprar uma quantidade suficiente, aí o cartão passa a ser uma opção”, diz.
3. Quanto é o imposto nas compras em dólar no cartão?
O consumidor que faz compras em dólar utilizando o cartão de crédito fica sujeito ao Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). Em 2016, a alíquota aumentou de 0,38% para 6,38%. O imposto do cartão é maior que o pago na compra de dinheiro em espécie nas casas de câmbio, de 1,1%.
Como a moeda influencia nossa vida
O preço do dólar sobre o real muda todos os dias, várias vezes por dia. Mas não é apenas quem tem uma viagem marcada para fora do País que sofre os efeitos disso diretamente. O câmbio está diretamente relacionado com a inflação. É fácil imaginar que itens importados fiquem mais caros quando o valor do dólar sobe sobre o real, mas não é apenas isso que acontece. “A variação do dólar influencia a vida de todo mundo, impacta no custo de mercadorias que as pessoas consomem em todos os lugares, como itens de supermercados, combustíveis. É um efeito em cascata”, explica o professor Cláudio Carvajal, da FIAP.
Isso acontece porque, mesmo que um produto seja fabricado no Brasil, ele pode ter componentes importados – e, se o preço desses insumos subir, pode ser repassado para o valor final. Pode ainda haver impacto sobre o preço dos combustíveis, que não afetam apenas quem se locomove de carro pelas cidades, mas encarece também os custos para entregar vários produtos, inclusive alimentos.