Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2023
A assessoria jurídica da família da cantora Marília Mendonça divulgou uma nota criticando a conclusão do inquérito da morte da artista, apresentado pela Polícia Civil de Minas Gerais. O texto, assinado pelo advogado Robson Cunha e enviado ao jornal O Globo, chama a atenção para a demora na conclusão das investigações e o que classifica como “argumentos rasos” e “ausência de provas técnicas”. A cantora morreu em um acidente aéreo em novembro de 2021. Outras quatro pessoas também perderam a vida na queda da aeronave, em Caratinga, no interior de Minas Gerais.
O texto destaca ainda o que os representantes da família da cantora acreditam ser perguntas não respondidas pela investigação. Os questionamentos são relacionadas a colisão da aeronave contra um cabo de transmissão de energia da Companhia Elétrica de Minas Gerais (Cemig).
Veja abaixo os questionamentos:
– Por que não foi respeitada a normativa internacional que obriga a sinalização nos cabos de energia existentes entre vales?
– Por que a localização do aeródromo nas coordenadas que são disponibilizadas aos pilotos pelos órgãos competentes estava errada?
– A quem competia a obrigação de fiscalizar a sinalização nos cabos de energia?
Negligência dos pilotos
O inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais atribuiu o acidente a negligência dos pilotos da aeronave. Para Cunha, há “um direcionamento para imputar aos tripulantes a responsabilidade exclusiva para a causa do acidente”.
“O que nos deixa com mais dúvidas do que com respostas, é o fato de ter sido apresentados argumentos ‘rasos’ da ocorrência. O delegado responsável não demonstrou esforços para apresentar provas periciais capazes de ultrapassar alegações comuns e midiáticas acerca do caso”, afirma Robson Cunha, em nota.
A nota critica ainda a demora na condução das investigações da Polícia Civil. Para os advogados, o órgão apenas esperava “a conclusão do laudo do Cenipa para entregar o relatório final”, no qual faltariam “provas técnicas”. O Cenipa é o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão da Força Aérea Brasileira (FAB).
“Entretanto, essa demora apenas fez estender aos familiares uma angústia pela espera e a ineficiência do Estado de Minas Gerais em manter sob sua guarda o material do inquérito policial que era sigiloso, permitindo que um policial divulgasse na internet fotos do exame de necropsia da artista Marília Mendonça”, diz a nota.
Robson Cunha afirma ainda ter solicitado ao delegado Ivan Sales, que presidiu o inquérito, o acesso a cópia integral dos autos, o que foi negado. “Portanto, ainda não temos ciência dos termos da conclusão”, diz o advogado. As informações são do jornal O Globo.