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Economia Venda de celulares no Brasil deve registrar queda neste ano

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Fabricantes afirmam que entrada ilegal de aparelhos no Brasil impacta o volume de smartphones comercializados. (Foto: Freepik)

O mercado de celulares no Brasil projeta uma queda nas vendas para 2025. A consultoria IDC estima que 37,3 milhões de smartphones serão comercializados neste ano. Esse resultado representa um recuo de 6,9% em relação a 2024, quando as vendas cresceram 4,7% em relação a 2023 ao totalizarem 40,1 milhões. O desempenho do setor, conforme os fabricantes, tem sido influenciado pelo cenário macroecônomico e pelo “mercado cinza”, isto é, a comercialização de aparelhos que entram de forma ilegal no País.

O arrefecimento nas vendas já foi sentido no primeiro trimestre de 2025. Entre janeiro e março, foram vendidos 9 milhões de celulares, ante os 11,1 milhões registrados no mesmo período do ano passado. Em paralelo a essa diminuição dos aparelhos comercializados, houve um aumento nos preços. O custo médio de um smartphone passou de R$ 1.381, em 2024, para R$ 2.557 neste ano, segundo o IDC.

Para Reinaldo Sakis, diretor de pesquisa da consultoria, a desvalorização cambial foi um dos fatores que levou ao aumento dos preços. “O real foi uma das moedas mais desvalorizadas no ano passado. Isso faz com que os componentes em dólar, comprados pelo fabricante para produzir aqui, fiquem mais caro e de alguma forma isso tem que ser repassado para o consumidor”, diz.

Outro fator determinante para o aumento dos preços foi a diminuição do poder de compra dos brasileiros, diz Sakis. Segundo ele, gradualmente, os brasileiros estão deixando de comprar mais aparelhos ao priorizar a qualidade e investir em modelos com maior durabilidade e tecnologia.

O diretor do IDC considera que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos não afetou os custos de produção do primeiro trimestre, mas pode se refletir no segundo trimestre diante da guerra comercial entre americanos e chineses. “No primeiro trimestre, os produtos já estavam no navio, iam chegar aqui e serem produzidos. O segundo trimestre vai ser mais impactado por um potencial aumento de custo logístico e, talvez na produção, por uma opção do fabricante de trazer mais produtos.”

A Samsung, que tem duas fábricas próprias no Brasil, em Manaus (AM) e Campinas (SP), concorda que tem ocorrido uma preferência dos clientes pela qualidade dos aparelhos em detrimento ao custo. A fabricante afirma que registrou uma estabilidade nas vendas no início de 2025. O preço médio dos aparelhos mais vendidos pela empresa gira em torno de R$ 1,8 mil e R$ 2 mil.

“O mercado é estável em quantidade, mas ele cresce aproximadamente dois dígitos em valor. Ou seja, existe naturalmente um aumento do preço médio de aparelhos”, afirma o vice-presidente sênior da Samsung, Gustavo Assunção.

Para Assunção, o cenário de estabilidade do mercado tem influência direta na modernidade dos aparelhos. Ao mesmo tempo que o avanço da tecnologia aprimora os celulares, faz com que os consumidores comprem menos aparelhos, o que dificulta o crescimento das vendas. Outro ponto mencionado por Assunção é a entrada de aparelhos por meio de canais de distribuição não autorizados pelas fabricantes.

Para a Motorola, as maiores preocupações são a perda do poder de compra do consumidor e os preços que variam para cima em razão da taxa de juros. Mesmo diante deste cenário, a fabricante encerrou 2024 com 30% de market share em volume, se consolidando como a segunda maior marca no mercado nacional de smartphones, de acordo com o IDC.

O CEO da Motorola no Brasil, Rodrigo Vidigal, diz que a dificuldade de acesso ao crédito e os juros elevados travam o consumo, impactando todos os setores da economia. O executivo ressalta, contudo, que os celulares estão entre itens de consumo prioritários dos brasileiros, o que arrefece o impacto macroeconômico.

“A gente acaba sendo a categoria que está no coração do consumidor. Mas, obviamente, é uma limitação que o mercado oferece.” Segundo Vidigal, o mercado cinza representa um problema maior para a sociedade. Sua expansão, diz ele, faz com que empresas e pessoas de tecnologia migrem do país. (Com informações do Valor Econômico)

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https://www.osul.com.br/venda-de-celulares-deve-registrar-queda-neste-ano/ Venda de celulares no Brasil deve registrar queda neste ano 2025-06-11
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