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Por Redação O Sul | 13 de julho de 2018
A desaceleração do crescimento do volume de vendas do varejo gaúcho em maio, conforme os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmou a previsão de que a paralisação dos caminhoneiros impactaria negativamente no desempenho do segmento. A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul – FCDL-RS já trabalhava com a perspectiva de que a expansão do consumo fosse mais modesta, em função do movimento.
O resultado que aponta um crescimento de 6,4% para o varejo restrito e de 1,1% para o varejo ampliado (inclui veículos e material de construção) em maio na comparação com abril deste ano e de 6,4% (restrito) e 3,6% (ampliado) em relação a maio de 2017, poderia ter sido muito mais expressivo, caso não tivesse ocorrido a paralisação dos caminhoneiros. Os indicadores de vendas no Rio Grande do Sul superam os dados nacionais, em função da renda gerada pela safra agrícola favorável e pela queda da Selic o que impulsionou os poupadores para aquisição de bens duráveis.
– As vendas do varejo do Rio Grande do Sul estão em recuperação desde o início de 2017. No ano passado, houve um crescimento de 13,3% na comparação com 2016. Os primeiros quatro meses de 2018 também mostraram crescimento, mas nós enfrentamos, além da paralisação dos caminhoneiros, outros fatores que impedem uma alavancagem maior das vendas, como a desaceleração da retomada de emprego e o período de indefinição e insegurança política que vivemos – ressalta o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.
Os principais impactos negativos registrados em maio foram identificados nos ramos de material de construção e veículos, onde as vendas, no Rio Grande do Sul, caíram 6,7% e 1,6%, respectivamente. Os demais ramos lojistas mantiveram altas compatíveis com a dinâmica econômica dos meses anteriores.
Nesse contexto, se destaca o setor supermercadista, que teve incremento de 5,4% nas vendas em maio, mesmo enfrentando problemas de desabastecimento de produtos hortifrutigranjeiros e carnes. A falta destes produtos foi compensada pela reação dos consumidores em procurar fazer estoques de alimentos não perecíveis, diante dos riscos que existiam da paralisação dos caminhoneiros prosseguir.
– É provável que os dados das vendas de junho, cuja primeira semana também foi afetada pela paralisação, ainda reflitam esse quadro. Acreditamos que a partir de julho o comércio varejista gaúcho retome o crescimento do volume de vendas, especialmente nos ramos de veículos e material de construção, compensando o consumo reprimido dos dois meses anteriores – enfatiza Vitor Augusto Koch.
A projeção do Departamento de Economia da FCDL-RS para os próximos meses, pesando os fatores positivos e negativos da conjuntura do país e do estado, aponta a continuidade da expansão do varejo, mas em patamares mais modestos do que vinha acontecendo até abril.
O primeiro quadrimestre de elevado crescimento do consumo, com o varejo restrito crescendo 7,6% e o ampliado tendo incremento de 9,4% em relação ao mesmo período de 2017, deve favorecer que as vendas varejistas gaúchas terminem 2018 com crescimento entre 3% e 5% na comparação com o ano passado.