Quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2025
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, pediu nesta sexta-feira que a ONU investigue o que qualificou como “crimes contra a Humanidade” cometidos pelos Estados Unidos no Caribe, ao disparar mísseis contra lanchas que, segundo Washington, transportavam drogas. Pedido ocorre em um momento crítico das relações entre Estados Unidos e Venezuela, que pode ter impactos de segurança para toda a região.
“O uso de mísseis e armas nucleares para assassinar em série pescadores indefesos em uma pequena lancha são crimes contra a Humanidade que devem ser investigados pela ONU”, declarou Saab, citado em um comunicado de imprensa.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores Yván Gil disse que a Venezuela pediu ao Conselho de Segurança da ONU que exija a cessação imediata das ações militares dos EUA no Mar do Caribe.
“As mesmas autoridades americanas alegam que essas ações resultaram em assassinatos extrajudiciais de civis, com a intenção de semear o terror entre nossos pescadores e nosso povo”, postou o ministro nas redes sociais. Ele afirmou que “é essencial que a soberania política e territorial da Venezuela e de toda a região do Caribe seja respeitada”.
Em agosto, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o deslocamento de forças navais para o Caribe, sob pretexto de atuarem no combate a cartéis do tráfico de drogas na região. Imediatamente, sinais de alerta se acenderam na Venezuela, onde o presidente Nicolás Maduro é acusado de ser o líder de uma organização criminosa conhecida como Cartel dos Sóis, associada ao comando militar local, e há uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura — Caracas nega qualquer relação de Maduro ou seus comandantes com o grupo.
Desde então, ao menos três barcos acusados de serem ligados ao tráfico foram destruídos pelos americanos — em um dos ataques, no começo do mês, 11 pessoas morreram, o que levantou questões sobre a legalidade das ações dos EUA, inclusive por parte dos parlamentares de oposição a Trump. Até o momento, a Casa Branca nega ter planos para derrubar Maduro.
Pelo lado venezuelano, o governo ordenou que suas Forças Armadas fossem colocadas em estado de alerta, e lançou uma campanha para que os cidadãos se juntem a milícias voluntárias, uma iniciativa que, segundo o Palácio de Miraflores, atraiu milhões de pessoas. Nos últimos dias, também foram convocados exercícios de treinamento básico para o emprego de armas de fogo e de táticas de combate. No sábado, esses treinamentos foram realizados em mais de 300 quartéis no país. As informações são do jornal O Globo