Quinta-feira, 30 de outubro de 2025
Por Bruno Laux | 29 de outubro de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Durante oitiva na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, a vereadora Alice Carvalho (PSOL), de Santa Maria, relatou nesta quarta-feira ter recebido ameaça de morte, enviada aos seus e-mails institucional e pessoal, exigindo sua renúncia ao mandato. A parlamentar, recebida em audiência virtual por articulação da deputada Luciana Genro (PSOL), já foi alvo de agressões físicas em 2018 e teve sua residência atingida por tiros em 2020. No episódio mais recente, ocorrido em 18 de outubro, ela recebeu mensagem com ofensas raciais, misóginas, supremacistas e contra a esquerda, além de detalhes técnicos sobre como seria o assassinato. O e-mail foi enviado um dia após evento na Câmara Municipal de Santa Maria com presença de deputadas e da Comissão Externa da Câmara Federal sobre feminicídios. Diante dos fatos, o colegiado decidiu encaminhar solicitação às delegacias de Intolerância e Crimes Cibernéticos para apuração dos episódios.
Mulheres Conectadas
O deputado estadual Kaká D’Ávila (PSDB) está mobilizando na Assembleia Legislativa uma proposta para viabilizar a inclusão digital e tecnológica de mulheres de baixa renda registradas no CadÚnico. Chamado de “Mulheres Conectadas”, o programa estadual articulado pelo parlamentar prevê parcerias com instituições de ensino, universidades, empresas de tecnologia e organizações sociais para a oferta de cursos, mentorias e espaços de acesso gratuito à internet a essa parcela da população. As iniciativas terão foco na capacitação em ferramentas digitais, redes sociais, inteligência artificial e empreendedorismo on-line, visando à criação de oportunidades de trabalho e geração de renda por meio da tecnologia. Kaká propõe ainda no texto a criação do selo “Empresa Amiga da Mulher Conectada”, para incentivar o apoio do setor privado. A matéria deve entrar na pauta da Comissão de Constituição e Justiça nas próximas semanas.
Presidência do TCE
Em sessão realizada nesta quarta-feira, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado elegeu Iradir Pietroski como presidente da Corte em 2026. Conselheiro desde 2010, Pietroski já exerceu o cargo no biênio 2018–2019 e assumirá, no próximo ano, a função ocupada nos últimos dois anos pelo conselheiro Marco Peixoto. Antes de ingressar na Corte, o novo líder atuou como vereador e prefeito de Erval Grande, deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e secretário estadual do Trabalho. O mandato à frente da instituição tem duração de um ano, com possibilidade de prorrogação por mais um, como tradicionalmente acontece. Além do novo presidente, o TCE elegeu Edson Brum para a vice-presidência, Cezar Miola como segundo vice-presidente, Estilac Xavier como ouvidor e Marco Peixoto como corregedor.
Lógica invertida
Para o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PP), o problema relacionado às concessões dos Blocos 1 e 2 de rodovias, anunciadas nesta semana pelo Executivo estadual, está na forma como o governo Leite vem conduzindo o processo. Durante reunião da Comissão de Economia da Assembleia gaúcha, nesta quarta-feira, o parlamentar criticou a falta de diálogo e transparência, além do uso de recursos do Fundo de Reconstrução do RS para financiar o projeto. Lorenzoni afirmou que o modelo apresentado inverte a lógica das concessões, ao transferir dinheiro público para empresas privadas que não assumem riscos e ainda terão três anos para iniciar as obras. O parlamentar classifica a proposta como um “escândalo moral” e destaca que nem os próprios secretários do governo conseguem sustentá-la diante dos alertas de órgãos de controle.
Ampliação do transporte
O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, do BNDES e do Ministério das Cidades, definiu projetos para ampliar o transporte coletivo de média e alta capacidade na Região Metropolitana de Porto Alegre, com investimento estimado em até R$ 10,3 bilhões. A iniciativa prevê expansão em metrô (44 km), VLT (até 42 km) e BRT (96 km a 138 km) – sendo a escolha entre VLT ou BRT definida em fases posteriores a partir de estudos de modelagem. Com a implementação, estima-se redução de 18% no custo operacional por viagem na capital, corte anual de 141,5 mil toneladas de CO₂ e prevenção de cerca de 420 mortes em acidentes de trânsito até 2054. A implantação também deve reduzir o tempo médio de deslocamento, com impacto econômico projetado em R$5 bilhões. As propostas fazem parte de um conjunto de 187 projetos definidos para as 21 maiores regiões metropolitanas do país. (Por Bruno Laux – @obrunolaux)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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