Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 5 de março de 2022
A Visa e a Mastercard informaram no sábado (5) que irão suspender todas as suas operações na Rússia, após os ataques realizados contra a Ucrânia desde o dia 24 de fevereiro.
A Visa informou, através de nota, que cartões desta bandeira no país vão deixar de operar fora da Federação Russa.
A Mastercard, por sua vez, disse que os cartões emitidos por bancos russos não serão mais suportados pela rede. Além disso, qualquer Mastercard emitido fora do país não funcionará em comerciantes ou caixas eletrônicos russos.
O CEO da Visa, Al Kelly, classificou os eventos do conflito armado como “inaceitáveis”. “Somos compelidos a agir após a invasão não provocada da Ucrânia pela Rússia e os eventos inaceitáveis que testemunhamos”, disse o presidente e CEO da Visa. “Lamentamos o impacto que isso terá em nossos valiosos colegas e nos clientes, parceiros, comerciantes e titulares de cartões que atendemos na Rússia. Esta guerra e a ameaça contínua à paz e à estabilidade exigem que respondamos de acordo com nossos valores”, completou Kelly.
As transações de clientes e parceiros da Visa serão encerradas nos próximos dias.
Debandada
Uma lista crescente de multinacionais anunciou a saída da Rússia por conta da invasão à Ucrânia na última semana. Com sanções econômicas que desencadearam uma crise financeira no país e a possibilidade de colapso reputacional, empresas estão abandonando uma base de investimentos feitos no país desde a reabertura econômica em 1991.
A Rússia passou a receber investimentos estrangeiros com o fim da União Soviética, tornando-se uma potência na exploração de recursos naturais valiosos, como petróleo e gás natural.
Em mais de 30 anos, a Rússia tornou-se referência na indústria petroquímica e um polo importante para os setores automotivo e de commodities agrícolas.
Veja algumas das principais empresas a encerrar suas operações na Rússia:
Shell
A Shell anunciou que sairá de todas as suas operações russas, incluindo uma grande usina de gás natural liquefeito (GNL), a Sakhalin 2.
TotalEnergies
Gigante do setor energético, a francesa Total também tem investimentos pesados em gás natural no país, mas por ora anunciou apenas que não fará novos aportes para desenvolvimento de novos projetos na Rússia.
Boeing
A fabricante de aeronaves suspendeu a manutenção e a assistência técnica para as companhias aéreas russas. A empresa também paralisou suas operações no campo de treinamento de Moscou.
Airbus
A fabricante europeia de aeronaves também anunciou sanções: interrompeu o envio de peças e o apoio a linhas aéreas russas – mas estava avaliando se seu centro de engenharia em Moscou poderia continuar oferecer serviços aos clientes locais.
Embraer
A empresa brasileira suspendeu serviços de peças, manutenção e suporte técnico para clientes alvos de sanções internacionais diante da invasão das tropas russas à Ucrânia.
Apple
A Apple interrompeu todas as vendas de produtos na Rússia em resposta à invasão russa da Ucrânia. A empresa traçou uma série de ações em resposta à invasão, incluindo a interrupção de todas as exportações em seus canais de vendas no país. O Apple Pay e outros serviços foram limitados, disse a empresa.
Spotify e Paypal
O serviço de streaming Spotify decidiu fechar seu escritório na Rússia por tempo indeterminado, enquanto que a ferramenta de pagamentos PayPal suspendeu a entrada de novos usuários russos em sua plataforma.
Nike
A Nike fechará temporariamente todas suas lojas na Rússia, juntando-se a uma série de marcas ocidentais que suspenderam negócios no país após a invasão na Ucrânia.
Adidas
A Adidas rompeu o contrato de patrocínio com a Federação Russa de Futebol. A marca alemã era a fornecedora oficial de material esportivo para a seleção russa.
Renault
No setor automotivo, a Renault é a empresa com mais exposição à crise russa, mas já anunciou medidas de paralisação no país.
A empresa decidiu suspender operações em algumas de suas montadoras na Rússia por conta de “gargalos logísticos”, segundo a agência Reuters.