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Cinema Visto como exótico por Hollywood, Omar Sharif viveu árabes e russos

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Ator alcançou o estrelato com o filme "Lawrence da Arábia". (Foto: Reprodução)

Omar Sharif, que morreu na última sexta-feira (10), aos 83 anos, surgiu na vida de muitos cinéfilos como uma miragem. A mesma que Lawrence, interpretado por Peter O’Toole em “Lawrence da Arábia”, julgava estar vendo no deserto, quando um pequeno ponto surgiu no horizonte. O ponto se aproximou. Era Sharif, montado num camelo e com o rosto coberto por um turbante negro. Nascia um astro.

A ascensão de Omar Sharif em Hollywood durou pouco mais de seis anos. Nesse período, fez três filmes de grande sucesso – “Lawrence da Arábia” (1962), “A Queda do Império Romano” (1964) e “Funny Girl” (1968) –  e um, “Doutor Jivago” (1965), que está entre as dez maiores bilheterias da história do cinema. Em números ajustados pela inflação, “Jivago” ficaria em oitavo lugar, espremido entre “Tubarão” (1975) e “O Exorcista” (1973).

Nesse período, o egípcio Sharif foi estereotipado como o bonitão exótico de olhos negros e sorriso largo. Para Hollywood, ele virou um “estrangeiro”, que poderia fazer personagens de quaisquer raças e origens. Ele interpretou mexicanos, russos e até alemães. Fez o guerreiro mongol Genghis Khan e o guerrilheiro argentino Che Guevara. Se o personagem tivesse sotaque, os produtores estavam felizes.

No Egito, essa “internacionalização” de Omar Sharif não foi muito bem aceita. Quando ele, um cristão que se convertera ao islã no início dos anos 1950 para casar com a atriz muçulmana Faten Hamama (1931-2015), fez par romântico com Barbra Streisand em “Funny Girl” (1968), foi criticado por beijar uma judia conhecida por ser pró-Israel.

Nascido Michel Demitri Chalhoub, em Alexandria, Sharif teve uma vida confortável e privilegiada. O pai era um rico comerciante do setor madeireiro e amigo do rei Farouk. O ator formou-se em matemática e física na Universidade do Cairo e depois foi estudar arte dramática na Royal Academy, em Londres.

Começou a carreira no cinema egípcio nos anos 1950 e já era conhecido no país quando foi convidado pelo cineasta britânico David Lean para interpretar Sherif Ali em “Lawrence da Arábia”, depois que a primeira opção de Lean, o francês Alain Delon, recusou o papel.

“Lawrence” e “Jivago” tornaram Sharif um astro do cinema, mas ele nunca conseguiria se livrar do estigma do galanteador exótico, e a carreira sofreu. No início dos anos 2000, disse a um jornalista: “Passei os últimos 25 anos fazendo porcarias”. Para piorar, Sharif era viciado em jogo e corridas de cavalo, e aceitava qualquer papel para financiar o vício.

Mas nem todos os filmes eram “porcarias”. Em 2003, fez sucesso na Europa com “Monsieur Ibrahim”, filme que lhe valeu um César, espécie de Oscar do cinema francês, e um prêmio no Festival de Veneza. Foi o último grande papel do eterno galã. (André Barcinski/Folhapress)

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https://www.osul.com.br/visto-como-exotico-por-hollywood-omar-sharif-viveu-arabes-e-russos/ Visto como exótico por Hollywood, Omar Sharif viveu árabes e russos 2015-07-15
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