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Brasil Você concorda que ladrão que rouba de ladrão tem 100 anos de perdão?

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Escavação até caixa-forte do Banco Central durou três meses. Crédito: Reprodução

Dez anos depois do furto do BC (Banco Central) de Fortaleza (CE) – o maior da história do Brasil –, policiais, advogados, procuradores e ladrões ainda buscam uma resposta: onde foi parar a maior parte do dinheiro? Hoje, sabe-se que seguiu vários caminhos. Policiais corruptos e outros criminosos roubaram e achacaram uma parte dos assaltantes. Agentes federais apreenderam outra porção com os responsáveis pelo furto.
Na última década, 133 pessoas foram denunciadas sob suspeita de integrar o bando que surrupiou do cofre do BC, por um túnel de 75 metros, 164,8 milhões de reais.

Foram necessárias pouco mais de seis horas, na madrugada de 5 para 6 de agosto de 2005, para os assaltantes conseguirem apanhar uma fortuna em notas de 50 reais – como eram usadas, não podiam ser rastreadas pelo número de série. A quantia empilhada equivalia a 330 metros de altura.

Para a ação, os ladrões alugaram uma casa onde montaram uma falsa empresa de grama sintética. A construção do túnel levou três meses.

Ao sentir as notas nas mãos, depois de meses escavando até a caixa-forte, cada integrante do bando já sabia quanto seria sua cota. Para os líderes e financiadores, aproximadamente 5 milhões de reais. Para os operários, aqueles que de fato cavaram, variava em torno de 2 milhões de reais. Mais de 100 sacas, normalmente usadas para transportar trigo, transbordavam de dinheiro quando foram empilhadas às pressas em um furgão branco, alugado pelo grupo.
A quadrilha contava com um fator a seu lado: o tempo. O furto só viria a ser descoberto quando funcionários do BC notaram algo de errado ao entrar na caixa-forte, na manhã da segunda-feira seguinte. Havia se passado mais de 48 horas que o furto fora efetuado.

Do total de denunciados, 94 pessoas foram condenadas, 30 permanecem presas e cinco estão foragidas. Ainda serão julgados 26 réus.

Hoje corrigido, o montante equivaleria a 286 milhões de reais. A Justiça federal no Ceará estima que de 30 milhões de reais a 60 milhões de reais tenham sido recuperados.

A polícia pondera que foi possível reaver só essa quantia devido à dificuldade de rastrear as notas furtadas e pela grande quantidade de criminosos de diversos Estados envolvidos no assalto. Parte do valor foi recuperada por meio de leilão de bens apreendidos, como casas, veículos e cabeças de gado.

As apurações mostraram que vários dos assaltantes eram integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Para Roger Franchini, ex-investigador de polícia, o furto está ligado inclusive aos ataques do PCC em São Paulo, em 2006. Para ele, policiais corruptos que achacavam bandidos começaram a pedir valores mais altos, pois sabiam que a facção tinha dinheiro.

O ex-delegado da Polícia Federal Antônio Celso dos Santos diz que “quase todos os membros das quadrilhas que se juntaram para praticar o furto disseram que foram vítimas de extorsões praticadas por indivíduos se dizendo policiais”. “Algumas vezes, tais fatos foram confirmados, motivo pelo qual policiais e advogados foram presos.”

Relatório da ONG Justiça Global em parceria com a Clínica de Direitos Humanos da Universidade Harvard, dos EUA, defende a tese de que os ataques foram motivados pelos achaques.

Ladrão que rouba ladrão.
Os ladrões foram vítimas de pelo menos 18 achaques e sequestros em todo o País. Representante de 16 réus em processos ligados ao BC, o advogado Eliseu Minichillo confirmou o cenário de violência que se instalou após o furto.

“Uma grande parte do dinheiro de vários réus foi extorquida por policiais, extorquidos por falsos policiais, por ladrões também. Ou seja, ladrão roubando ladrão, ladrão sequestrando parente de ladrão. Esse dinheiro se foi dessa forma. Todos que tiveram acesso a esse dinheiro, sem exceção, tiveram uma série de problemas”, contou.

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