Quarta-feira, 14 de maio de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
18°
Fair

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Voto contra a prisão do deputado Daniel Silveira expõe mais uma divisão no Partido Novo

Compartilhe esta notícia:

José Amôedo criticou ação de Deltan Dallagnol. (Foto: Reprodução/Instagram)

Nem PSL, nem Republicanos, nem o PTB de Roberto Jefferson. O único partido a votar 100% a favor da soltura do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), acusado de ataques à democracia, na sexta-feira passada (19), foi o Novo. O episódio acirrou desentendimentos internos entre o grupo ligado a João Amoêdo, que pretende fazer oposição ao presidente Jair Bolsonaro, e a bancada da Câmara, que vota alinhada ao governo.

A disputa entre esses dois grupos, que teve influência nas eleições municipais, pode levar, segundo políticos, à perda de filiados, principal fonte de renda do Novo, já que a sigla não usa fundos públicos.

A mais recente briga pública no Novo começou logo após a votação que manteve Silveira preso. Amoêdo reclamou no Twitter do que considerou uma mudança nos rumos da legenda: “Discordo do voto da bancada que foi contra a manutenção da prisão do deputado bolsonarista. É decepcionante, também, que o partido não seja oposição ao desgoverno que temos hoje. Não era esse o papel que imaginávamos para o Novo.”

Dentro do partido fundado com valores liberais e pró-mercado, há quem critique o apoio ao governo em votações, citando a intervenção política de Bolsonaro na Petrobras.

“Quando a gente criou o Novo, a proposta era fazer uma política inovadora, em oposição à política tradicional que ainda vigora. O Novo não foi criado para ser linha auxiliar a nenhum governo. Temos sido um pouco brandos em relação ao Executivo”, disse Amoêdo.

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS), desafeto de Amoêdo e uma das lideranças que levou à guinada da legenda à direita, rebateu o ex-presidente do partido também nas redes sociais: “Pena que discorda! Mas prova que o Partido Novo não tem dono mas valores! Defender princípios liberais e a Constituição, mesmo que um dos 181 fundadores não os defenda mais, dá orgulho!”, escreveu van Hattem.

O deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) endossou as críticas do colega de bancada e chamou Amoêdo de “anti-líder, que divide o partido ao invés de unir”. Também integrante da bancada federal, Paulo Ganime (RJ) disse que “não existe briga interna”.

“Filiados como João Amoêdo têm todo o direito de opinar e manifestar se estão de acordo com o que o partido decide. Mas acho que se posicionar contra a bancada não é a melhor forma de agir”, afirmou.

Segundo Ganime, a bancada votou a favor de Silveira porque entendeu que a prisão era ilegal, e não para ajudar um bolsonarista.

Diante da discussão pública dos últimos dias, políticos do partido tentaram colocar panos quentes.

“Eu não vejo como um racha, mas dores do crescimento. Nunca tive receio de o partido ser plural. Mas um desafio é que as divergências fiquem internas e não externas”, disse a vereadora Janaína Lima, de São Paulo, próxima a Amoêdo.

Queda de filiados

Tanto para Janaína quanto para Ganime, o Novo não apoia o governo Bolsonaro, e sim a agenda econômica do ministro Paulo Guedes.

Amigo de Amoêdo e um dos primeiros filiados do Novo, Ricardo Negreiros diz temer que a disputa interna possa provocar problemas financeiros à legenda. Como a sigla não usa os fundo partidário e eleitoral para custear suas atividades e financiar candidaturas, depende da verba arrecadada com mensalidades pagas pelos filiados. O valor mínimo da contribuição é de R$ 32,84 por mês.

“Estão dividindo o partido e jogando contra a sua continuidade. A minha preocupação é que (o Novo) tenha superávit. Estão discutindo superficialmente a questão, de quem manda mais. Mas quero saber quem consegue trazer o Novo para um cenário sem perda financeira e de filiados. Se ninguém ligar para a questão financeira, daqui a pouco não tem mais Novo”, disse Negreiros.

Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo no início do ano, o Novo foi o partido que mais perdeu filiados no ano passado: de 48.378, em janeiro, para 41.220, em novembro, uma queda de 15%.

“De fato, (a perda de filiados) é uma sinalização. Não acho que comprometa fortemente o crescimento do partido, mas é um alerta”, afirmou Amoêdo.

O flerte com o bolsonarismo cria atritos entre duas alas do partido há algum tempo. A candidatura de Filipe Sabará à prefeitura de São Paulo foi suspensa, no ano passado, por correligionários que não queriam uma aproximação do partido com Bolsonaro.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Risco de afastamento ou perda de mandato: entenda a situação de Flordelis na Câmara dos Deputados
Governo Federal anuncia investimento em segurança energética para o País
https://www.osul.com.br/voto-contra-a-prisao-do-deputado-daniel-silveira-expoe-mais-uma-divisao-no-partido-novo/ Voto contra a prisão do deputado Daniel Silveira expõe mais uma divisão no Partido Novo 2021-02-25
Deixe seu comentário
Pode te interessar