Por Redação O Sul | 25 de maio de 2025
Cantora conversou sobre a entrada para a adolescência dos filhos, como cuida do acesso dos dois à internet e exaltou a parceria do ex, Marcus Buaiz, na criação
Foto: Reprodução/InstagramWanessa Camargo, de 42 anos, desde que se tornou mãe, há 13 anos, lida com o sentimento da culpa, ora por trabalhar demais, ora por não conseguir se dedicar à carreira da mesma forma que na sua juventude. A cantora, que tem revisitado em seu novo trabalho sua trajetória de 25 anos ao regravar versões em MTG de sucessos como Amor, amor, conversou sobre maternidade.
“A maternidade muda tudo e ainda é um lugar de muito cuidado. Muitas vezes me sinto como mulher culpada por não estar entregando um trabalho que eu deveria entregar quando, por exemplo, paro tudo para cuidar de um dos meus filhos, que está um pouco dodói. Por outro lado, muitas vezes estou no viajando a trabalho, numa correria e me sinto culpada por não estar com os meus filhos. Nós mulheres, que somos mães e que trabalham, temos esse grande desafio”, analisa.
Mãe de José Marcus Buaiz, de 13 anos, e de João Francisco Buaiz, de 10 anos, do casamento que teve com Marcus Buaiz, a artista também sabe da importância de mostrar para os meninos que o trabalho não é só uma necessidade, mas algo que a completa enquanto mulher.
“Graças a Deus, tenho um suporte grande. O pai é um querido, que está presente e ajuda bastante com as crianças. Também tenho a ajuda da minha mãe e da minha ex-sogra, além de outras pessoas que me ajudam, mas mesmo assim é um dilema. Não tem como… Às vezes você vai deixar de estar em alguns lugares profissionalmente ou entregar o que você entregava quando não era mãe. Ao mesmo tempo, você não vai conseguir ser aquela mãe que assiste a todas as partidas de futebol, apresentações e momentos dos seus filhos porque você precisa trabalhar. E é bom que eles entendam o quanto é importante o trabalho para você, que não é um capricho. Sustento a minha casa, pago as minhas contas sozinha e preciso trabalhar. Tudo isso faz parte de um equilíbrio muito grande que a gente tem que enfrentar no dia a dia, mas não é fácil”, conta.
Mesmo tentando conciliar maternidade e carreira, Wanessa tem como prioridade o bem-estar dos filhos. “Meus filhos são a prioridade. Meu trabalho é muito importante para mim, mas não é a minha prioridade. O que me derruba é se algo não der certo com os meus filhos. Se os meus filhos estão bem, tenho força para trabalhar. Do contrário, não consigo. Eles precisam estar 100% bem, eu preciso estar acompanhando… Daí me desdobro para trabalhar, entregar tudo o que precisa e, quem sabe, ainda ter uma vida social, que também é importante para a gente”, explica.
Ela se preocupa com a relação que eles têm com a internet e redes sociais. O desafio é deixar que eles estejam inseridos neste universo online, mas sem que isso impacte negativamente na saúde mental.
“Todos nós, adolescentes e adultos, estamos aprendendo a lidar com o mundo da internet. Acho que agora que a gente começou a entender melhor os desafios da exposição nas redes sociais, a saber como lidar com isso e a entender que precisamos colocar certos limites e regras. Está ainda muito solto. A gente tem visto os efeitos disso, muitos até abordados da série Adolescência. Como mãe, vejo momentos de desconexão e tenho como grande desafio educar os meus filhos com toda essa interferência de rede sociais que estamos inseridos como sociedade. Não tenho como evitar. Mesmo que a gente não dê um celular, tem amigos que têm. Não tem como se isolar do mundo”, diz.
“O problema não está nas crianças e adolescentes, mas nos adultos. A gente ter que colocar regras, inclusive de como se comportar nas redes sociais. Vejo adultos jogando suas frustrações nas redes sociais muito mais que adolescentes. Se a gente não for o exemplo, como a gente vai ensinar da forma correta? Assim como a gente aprende a respeitar o outro e ser educado no offline, a gente tem que aplicar essas regras de educação também nas redes sociais e ficar atentos. Não podemos deixar nossos filhos soltos. Eles são muito jovens para lidar com tudo isso e temos visto a galera mais ansiosa, com problemas de depressão… A saúde mental de todo mundo está piorando. A gente precisa melhorar a nossa alma como sociedade. Estou cada vez mais buscando informação e pessoas que estão passando pelo mesmo desafio.”
