Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2019
O Ministério de Relações Exteriores da Rússia disse neste sábado (5) que os Estados Unidos detiveram um cidadão russo, logo após Moscou prender o ex-militar americano Paul Whelan, acusado de ser um espião.
Em nota, a chancelaria russa disse que Dmitry Makarenko foi detido pelas autoridades americanas no dia 29 de dezembro nas Ilhas Marianas do Norte, um território no meio do Oceano Pacífico que fica a mais de 9.000 quilômetros. De lá, ele teria sido transferido para o Estado da Flórida.
“Makarenko, nascido em 1979, chegou na ilha Saipan [parte do arquipélago das Marianas] com sua mulher, seus filhos pequenos e seus pais idosos. Ele foi detido por agentes do FBI imediatamente após sua chegada”, diz a nota russa.
O ministério disse ainda que os diplomatas do país ainda não conseguiram ter acesso a Makarenko e que Washington não deu explicações formais sobre a prisão.
O governo americano não comentou o caso, que ocorreu um dia após Whelan ter sido preso em Moscou pelo Serviço Federal de Segurança russo. A família diz que ele é inocente e que estava na cidade para ir a um casamento.
A troca de acusações entre os dois lados pode complicar ainda mais a relações entre os países, apesar das constantes trocas de afago entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse esta semana que pediu explicações para Moscou sobre a prisão de Whelan e que exigirá sua libertação e retorno imediato caso fique comprovado que sua detenção é inapropriada.
O governo do Reino Unido também criticou Moscou e disse que indivíduos não devem ser usados como no jogo diplomático — Whelan também tem passaporte britânico.
Antes da detenção de Makarenko, analistas já tinham levantado a hipótese de que Whelan poderia ser trocado por algum cidadão russo que estivesse detido em solo americano.
Questionado sobre o assunto, o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, negou esta intenção. “Não vejo razões para debater essa questão em um contexto de troca [de prisioneiros]. Devemos seguir todos os procedimentos em uma situação como esta”, afirmou ele neste sábado.
Segundo o Guam Daily Post, o cidadão russo é acusado de tentar exportar aparelhos de visão noturna de nível militar e dispositivos de visão térmica, bem como cartuchos de munições.
De acordo com a acusação, Makarenko e um residente da Flórida, Vladimir Nevidomy, conspiraram em 2013 para exportar produtos de defesa dos Estados Unidos “para enriquecimento ilícito”. Makarenko estava encarregado de publicar uma encomenda de artigos de defesa, enquanto Nevidomy recebia a resposta dos vendedores dos EUA e enviava a carga rumo à Rússia.