Brasil Workshop Latino-Americano de Oncologia apresenta os avanços no tratamento contra o câncer
Por Redação O Sul | 5 de maio de 2017
O Workshop Latino-Americano de Oncologia foi realizado nesta semana em São Paulo. Voltado para jornalistas, especialistas internacionais e representantes de organizações que auxiliam pacientes com câncer, o evento teve como objetivo discutir os mais recentes avanços terapêuticos em oncologia e os desafios para melhorar o acesso aos tratamentos da doença.
O oncologista Dr. Antonio C. Buzaid, diretor do Centro de Oncologia da Beneficência Portuguesa e membro do Centro Oncológico do Hospital Israelita Albert Einstein, ressaltou que o câncer é causado por dois fatores: genético e ambiental (alimentação, hábitos, fumo, entre outros). Ele destacou o consumo de carnes processadas, como linguiça e salsicha. O médico também revelou que não há comprovação de que o stress aumenta a chance de câncer.
Segundo Buzaid, há seis modalidades de tratamento da doença. O médico afirmou que a imunoterapia, que utiliza o sistema imune da pessoa para auxiliar no tratamento, é a área com maior futuro na oncologia. Ele ressaltou a importância da pesquisa e desenvolvimento no campo da oncologia e também reforçou a necessidade de explorar novas abordagens e modalidades, tais como compostos que combinam droga-anticorpo com ação localizada no tumor e o uso de tratamento inovador com radiofarmo em câncer de próstata para beneficiar os pacientes com esse tipo de tumor.
O oncologista disse que a pesquisa clínica é uma oportunidade para o paciente e precisa ser incentivada no Brasil. De acordo com ele, a legislação sobre o tema deve ser simplificada.
O pesquisador Otavio Clark, CEO da Evidências, abordou a perspectiva latino-americana sobre os avanços científicos em vários tipos de câncer e os desafios para melhorar o acesso aos novos medicamentos. O oncologista disse que há muita desinformação em relação à pesquisa clínica e que ela não se trata apenas de transformar o paciente em uma “cobaia”.
Ele ressaltou que o Brasil investe apenas 3% do PIB (Produto interno Bruto) na área da saúde e que o governo limita os gastos com tratamentos para os pacientes. Clark relatou que a incidência dos tipos de câncer no Brasil varia de acordo com as regiões. O câncer de pulmão é o que mais mata no Brasil.
Kerstin Crusius, Head Global de Comunicação em Pesquisa e Desenvolvimento de Parcerias em Saúde da Bayer; e Mark Rutstein, vice-presidente de Desenvolvimento Clínico Global de Oncologia da empresa; compartilharam os avanços da Bayer em pesquisa e desenvolvimento e a importância de estabelecer uma rede colaborativa com especialistas em oncologia.
Próstata
Uma das grande novidades apresentadas no evento foi a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso do Xofigo (radio 223) no Brasil para o tratamento de pacientes com câncer de próstata resistente à castração (CPRC) com metástases ósseas. Já utilizado nos EUA e Europa, o radiofármaco oferece impacto positivo na qualidade de vida dos indivíduos em tratamento.
Instituto Oncoguia
A fundadora e CEO do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz de Camargo Barros, destacou a demora para diagnóstico e tratamento do câncer no Brasil e os benefícios legais que ainda não são garantidos aos pacientes. A ONG oferece auxílio a pacientes e familiares por meio de informações personalizadas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida. Mais informações sobre o instituto podem ser obtidas no site www.oncoguia.org.br.
Durante o encontro, promovido pela Bayer em parceria com o Oncoguia, também houve depoimentos de pacientes, que ajudaram a compreender a realidade que vivem as pessoas com câncer e suas famílias.
Balanço
A Bayer teve um aumento de 11% nas vendas da divisão farmacêutica da América Latina, totalizando 1,034 bilhões de euros em 2016, mantendo sua trajetória de crescimento ao longo dos últimos cinco anos. Os tratamentos inovadores, tais como o anticoagulante oral Xarelto (rivaroxabana) e o fármaco oftalmológico Eylia (aflibercepte) contribuíram para o crescimento da empresa.
“2016 foi um ano de grande sucesso para a Bayer. Nosso negócio farmacêutico novamente registrou um crescimento robusto e sustentável “, afirmou Eduardo Magallanes, vice-presidente da divisão Pharmaceuticals da Bayer na América Latina, durante coletiva de imprensa no Museu Catavento, na capital paulista.
“O uso e a aceitação dos nossos medicamentos inovadores entre pacientes e médicos da região são muito encorajadores e nos motivam a continuar a inovar, para melhorar a vida dos pacientes”, acrescentou o executivo. (Marcelo Warth/O Sul)
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- Dr. Antonio Buzaid (Foto: Marcelo Ribeiro)
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- Dr. Otavio Clark (Foto: Marcelo Ribeiro)
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- Eduardo Magallanes (Foto: Marcelo Warth/O Sul)
