Quinta-feira, 06 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2016
A tragédia de uma jovem mãe de Salvador (Bahia) levou à descoberta de outros defeitos congênitos com possível associação à infecção pelo zika. A diferença é que a moça assegura não ter apresentado sintomas, mas o feto tinha o vírus no cérebro e na medula e morreu em consequência de uma série de malformações. É o primeiro caso relatado em revista científica de hidranencefalia, hidropsia e aborto espontâneo relacionados ao zika.
A moça sofreu o aborto na 32 semana de gestação. No caso da hidranencefalia, o feto não tinha a maior parte do cérebro. O bebê apresentava ainda microcefalia severa e artrogripose, que causa malformação grave dos membros. Tinha também hidropsia, distúrbio congênito no qual pulmões e outros órgãos se enchem de fluidos.
Publicado na revista PLOS negleted tropical diseases, o estudo foi realizado por uma equipe do Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador. A pesquisa foi liderada por Alberto Ko, da Universidade de Yale (EUA), e Antônio Raimundo de Almeida, da Universidade Federal da Bahia.
A jovem foi encaminhada ao hospital na 18 semana de gestação, após detecção dos defeitos congênitos, que se agravaram à medida que a gravidez evoluía. Chamou a atenção dos pesquisadores o fato de a mãe, que doou o feto para o estudo, ser assintomática para o zika.