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Brasil “A Constituição tornou o Brasil um país um tanto quanto ingovernável”, disse o governador de Minas Gerais

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Zema visitou a cidade de Mariana pela última vez no dia 23 de junho, quando participou do Fórum de Prefeitos do Rio Doce. (Foto: Divulgação/Novo)

Romeu Zema carrega no pulso direito, desde o ano passado, uma pulseira laranja de borracha do partido Novo. “Deu sorte”, diz ele, que se tornou o primeiro governador eleito pela legenda, com 72% dos votos em Minas Gerais.

Na eleição, o candidato que era visto como zebra — e chegou a falar em uma rádio local que o presidenciável tinha posições “um tanto quanto extremistas”— aliou seu nome ao de Jair Bolsonaro (PSL), criando desconforto no partido.

Hoje, Zema diz que o termo não seria mais adequado e que não gosta de entrar “em pauta de costumes”. O alinhamento com o governo federal, diz ele, é total na pauta econômica.

Sobre o pacote de medidas do pacto federativo, Zema avalia como positivo, por ir no sentido de enxugar um Estado pesado. Mas, como governador de um dos estados com mais municípios sob risco de extinção, avalia que a proposta não está “100% certa”.

Em conversa com a Folha de S.Paulo, ele falou ainda sobre as reparações depois de dois desastres da mineração que somaram quase 389 mortos (Brumadinho e Mariana) e afirmou que acredita que os atrasos se devem a “preciosismo”.

1) Na reportagem que a Folha publicou ano passado sobre uso de disparos de WhatsApp na campanha, uma das empresas citava a campanha do senhor. Como se deu isso e o que acha desse uso?

Não vou saber te responder detalhes, porque não acompanhei os bastidores da campanha de perto. Eu fui, com certeza, o candidato que, disparado, mais trabalhou. Visitei 200 cidades, dirigi 60 mil quilômetros. Sei que minhas contas foram aprovadas, sem ressalvas, e não tivemos verba direcionada a mídia digital, mas não sei detalhes.

2) O uso do WhatsApp foi importante na campanha?

Eu te diria que o uso de mídia social foi. Eu já usava como empresário e tive um crescimento muito expressivo na campanha e depois de eleito.

3) Como o senhor se identifica politicamente?

Sou um liberal e respeito todos. Respeito a esquerda, apesar de não concordar. Aqui no Brasil, a legislação, a própria Constituição, conspira contra a classe política. Ela transformou o Brasil num país um tanto quanto ingovernável, com tantas exigências, com tantas exceções, que fica difícil você ser um bom gestor.

4) O senhor disse recentemente que o que temos desde o fim do regime militar é uma “democracia irresponsável”. O que quer dizer?

Exatamente isso. É uma democracia que assegura excesso de direitos e pouquíssimos deveres. [O Estado] deixou claro que seria o grande paizão, e ele não pode ser o grande paizão.

5) O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que, se a esquerda repetisse os protestos do Chile, seria o caso de discutir um novo AI-5. O que o senhor acha?

Como liberal, eu acredito piamente na democracia e acredito que é dialogando que vamos encontrar o caminho. Os protestos no Chile, com certeza, têm seu motivo de ser, mas, como país democrático, eles vão encontrar um caminho. Não vai ser prendendo e assassinando pessoas.

6) O senhor nasceu em 1964. Ano de golpe ou revolução?

Depende da interpretação.

7) A sua interpretação.

As duas coisas, no meu entender, aconteceram em 1964. Não concordo com o que foi feito, mas tivemos resultados positivos, inegavelmente, e resultados ruins.

8) Quais resultados positivos?

O regime militar estruturou uma série de instituições que até hoje estão aí funcionando, o Banco Central. Criou coisas que foram importantes, a Eletrobras. Estruturou uma série de instituições, equipou-as melhor, como o BNDES etc., que foram importantes para aquele milagre econômico do Brasil. Na pauta econômica ele foi bem, na pauta de direitos humanos deixou muito a desejar.

9) Uma das propostas apresentadas na PEC do pacto federativo propõe a extinção de municípios pequenos, que não conseguem se manter. Minas, junto com o Rio Grande do Sul, lidera a lista de municípios que podem se encaixar. O que o senhor achou da proposta? Passa?

Eu vejo difícil de passar, até porque quem está no Congresso não gostaria de desagradar a prefeitos. Mas eu vejo que é o momento de discutirmos o tamanho e o ônus que o Estado acarreta à sociedade. Temos aqui em Minas um município, Serra da Saudade, que é o menor município do Brasil, não tem nem 900 habitantes e tem nove vereadores, o número mínimo, todos eles remunerados. Poderia ter menos vereadores e, quem sabe, serem voluntários.

10) A proposta é boa, então?

Eu não te diria que ela está 100% certa, não. Acho que um prefeito tem que ser remunerado. Algumas localidades que estão distantes talvez vão ficar prejudicadas. Tem que ser algo muito bem analisado. Mas que eu sou favorável a um enxugamento, sou. Talvez não da forma que foi apresentado.

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https://www.osul.com.br/a-constituicao-tornou-o-brasil-um-pais-um-tanto-quanto-ingovernavel-disse-o-governador-de-minas-gerais/ “A Constituição tornou o Brasil um país um tanto quanto ingovernável”, disse o governador de Minas Gerais 2019-11-11
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