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Por Redação O Sul | 16 de maio de 2018
A economia brasileira registrou retração no primeiro trimestre deste ano, informou o BC (Banco Central) nesta quarta-feira (16), por meio do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC), uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto).
Entre janeiro e março de 2018, o indicador apresentou queda de 0,13% quando comparado com o quarto trimestre de 2017 (outubro a dezembro). O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano. Segundo a série histórica do indicador, trata-se da primeira queda do nível de atividade desde o quatro trimestre de 2016 – quando foi registrada uma retração de 0,78%.
O IBC-BR é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os números oficiais do PIB do terceiro trimestre serão divulgados no dia 30 de maio.
Ano de 2017 e expectativas
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução da economia. Em 2017, o PIB teve uma alta de 1%, após dois anos consecutivos de retração. Os indicadores do primeiro trimestre, porém, revelaram um desempenho pior do que o esperado, o que fez com que economistas baixassem a projeção para o desempenho do PIB no período.
Para todo este ano, o governo ainda mantém a estimativa de aumento de 3% para o PIB, mas pode revisar para baixo esse número na próxima semana, por meio do relatório de receitas e despesas do orçamento. O documento será divulgado até 22 de maio. O mercado financeiro, por sua vez, tem baixado sistematicamente a sua previsão de alta nas últimas semanas. Recentemente, revisou a estimativa de crescimento de 2018 de 2,70% para 2,51%.
O que é o IBC-Br?
O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.
O indicador é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a Selic (a taxa básica de juros do País). O crescimento ou desaceleração da economia influenciam na inflação, que o Banco Central busca controlar por meio da taxa Selic.
Para 2018 e 2019, a meta central de inflação é de 4,5% e de 4,25%, respectivamente, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Selic
A maioria dos analistas prevê que a Selic, depois de mais um corte para 6,25% em maio, volte a subir em 2019. A discussão mais convencional é sobre se a primeira alta será no primeiro ou segundo trimestre, mas há quem pense que a dupla surpresa este ano de inflação baixa e atividade lenta possa postergar o movimento para o segundo semestre.