Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2019
Ativistas do clima pertencentes ao grupo Extinction Rebellion jogaram tinta vermelha na embaixada brasileira em Londres (Reino Unido) para protestar contra os danos à Amazônia e o que descreveram como “violência contra os povos indígenas que vivem lá”. As informações são da agência de notícias Reuters.
Duas pessoas subiram em um toldo acima da entrada da embaixada, enquanto outros dois subiram nas janelas.
Impressões de mãos vermelhas e marcas de tinta podiam ser vistas por toda a fachada, assim como pichações com frases como “ele não”, slogan usado contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), durante a eleição de 2018, e “No More Indigenous Blood” (sem mais sangue indígena, em tradução livre).
Críticos dizem que sua retórica encorajou madeireiros, fazendeiros e garimpeiros informais, resultando em uma dramática aceleração do desmatamento e na violência contra os habitantes nativos da floresta tropical.
A polícia foi chamada ao local e deteve o grupo.
O grupo afirmou que o intuito do ato era desafiar o governo brasileiro sobre “abusos de direitos humanos sancionados pelo Estado”.
Ainda de acordo com o Extinction Rebellion, o ato foi programado para coincidir com uma marcha de mulheres indígenas em Brasília. Eles também prometem ações semelhantes em embaixadas brasileiras em Chile, Portugal, França, Suíça e Espanha.
A embaixada brasileira em Londres informou que, em resposta aos atos do Extinction Rebellion, estava disposta a receber qualquer pessoa que deseje dialogar sobre as políticas públicas do país, mas que o direito de vandalizar patrimônios não existe em país algum.
Em fevereiro, a fachada da embaixada do Brasil em Berlim, na Alemanha, foi atacada com tinta rosa. O texto de autoria do grupo que reinvidicou o ataque afirmava que o ato foi uma forma de protestar contra Bolsonaro.
Mulheres indígenas
No Brasil, na manhã desta segunda-feira (12), cerca de 300 mulheres indígenas ocuparam um prédio da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Brasília. O ato visava pressionar o governo Bolsonaro por melhorias na saúde indígena, sobretudo das mulheres.
Elas esperavam uma reunião para tratar do tema e deixaram o prédio por volta das 19h30, após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, se dispor a receber líderes.
Líderes indígenas estão reunidas desde sábado (10) em Brasília para a Marcha das Mulheres Indígenas. Organizada pela Abip (Articulação Brasileira dos Povos Indígenas), a marcha tem o objetivo de discutir o que é ser mulher nas comunidades indígenas. As atividades seguem até esta quarta-feira (14).
O tema do protesto é “Território: nosso corpo, nosso espírito”. A organização estima a participação de 1.500 pessoas de 110 povos.