Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de fevereiro de 2018
A agência de classificação de risco Moody’s deve rebaixar a nota brasileira, na avaliação da equipe econômico do presidente Temer, entre esta e a próxima semana. As informações são do blog de Valdo Cruz, do portal de notícias G1.
Nesta quarta-feira (28), representantes da agência se reuniram com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para avaliar o cenário econômico e político do país. Não deram uma resposta oficial ao governo sobre o rebaixamento, mas assessores de Meirelles afirmam que esse será o caminho.
Apesar do rebaixamento, o terceiro das principais agências nos últimos dias, o governo não enxerga prejuízos no curto prazo para a economia brasileira.
Para a equipe de Meirelles, a piora nas notas de risco do país não está afetando diretamente o mercado financeiro e também não terá impacto sobre o comportamento da economia brasileira. No jargão econômico, isso já estaria precificado.
A Standard & Poor’s e a Fitch já rebaixaram suas classificações da nota sobre o Brasil. No caso das duas, o país está hoje três degraus abaixo do selo de bom pagador, o grau de investimento, que indica se um local é seguro ou não para investimentos.
A classificação da Moody’s para o Brasil atualmente está dois degraus abaixo do grau de investimento.
No encontro desta quarta-feira, os representantes da agência questionaram a equipe econômica sobre a paralisação na tramitação da reforma da Previdência, principal motivo para o rebaixamento da classificação da nota de risco do Brasil, e sobre as possibilidades de quando ela poderá ser retomada.
A equipe de Meirelles explicou que, enquanto a intervenção no Rio estiver em vigor, isso não acontecerá. Ou seja, apenas no próximo governo.
Apesar das preocupações sobre a crise fiscal brasileira, que poderia ser minimizada com a aprovação da reforma da Previdência, os representantes da Moody’s, na mesma linha das outras duas agências, reconheceram a melhora de outros fundamentos da economia brasileira, como inflação em queda, juros sendo reduzidos, contas externas em boa situação e país saindo da recessão.
Contas
Na última sexta-feira (23), a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito do Brasil. Foi uma consequência da demora do país em aprovar medidas para equilibrar as contas públicas, principalmente a reforma da Previdência.
A Fitch declarou que o rebaixamento da nota brasileira reflete déficits fiscais grandes e persistentes, ou seja, despesas muito maiores do que as receitas, dívida pública alta e crescente e o fracasso das reformas que melhorariam as contas do governo.
Os países mais seguros do mundo para investimentos têm notas que começam com a letra A. Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, são triplo A (AAA).
O Brasil já estava em um grupo intermediário, tinha nota BB, e piorou, caiu para BB -. Países com essas notas não são considerados seguros para investidores, e acabam atraindo, principalmente, dinheiro de especuladores, que aceitam correr riscos maiores, por causa dos juros maiores que recebem.
Em janeiro, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) havia rebaixado o Brasil para três níveis abaixo do grau de investimento com perspectiva estável. A perspectiva estável significa que a agência terá de esperar pelo menos seis meses para alterar a nota do País. O grau de investimento representa a garantia de que o País não corre risco de dar calote na dívida pública.