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Brasil Apenas 4 de 79 empresas estatais federais são presididas por mulheres

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A dificuldade para que mulheres alcancem posições de comando não é exclusiva da administração pública. (Foto: Reprodução)

A chance de uma mulher chegar à presidência em órgãos da administração federal é a mesma de homens chamados Ricardo ou Paulo. Levantamento realizado a partir da lista de dirigentes federais disponível no Portal da Transparência mostra que, dos 79 presidentes de órgãos estatais, apenas quatro são mulheres — mesmo número de postos ocupados por homens chamados Ricardo ou Paulo.

As profissionais Ana Paula Teixeira de Sousa, da Besc Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (subsidiária do Banco do Brasil), Nadine Oliveira Clausell, do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Adriana Denise Acker, do Grupo Hospitalar Conceição (também na capital gaúcha), e Maria da Glória Guimarães dos Santos, do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), são as únicas mulheres no topo da hierarquia de estatais, de acordo com a lista, cuja última atualização é de outubro.

Esse dado é só uma ponta da disparidade de gênero na administração federal no Brasil: dos 425 cargos, 36 são ocupados por mulheres, 8,4% do total. O montante leva em conta dirigentes que acumulam posições em diferentes empresas da administração pública. Se considerados apenas os postos de presidente, a fatia cai para 5%.

A dificuldade para que mulheres alcancem posições de comando não é exclusiva da administração pública, pois esse quadro se repete no setor privado. De acordo com o Panorama Mulher 2017, pesquisa do Insper com a consultoria Talenses, somente 8% das empresas são presididas por mulheres, uma diferença pouco relevante do ponto de vista estatístico, de acordo com Regina Madalozzo, uma das coordenadoras do estudo. Em 2015, uma pesquisa da Universidade de Michigan publicada pelo jornal “The New York Times” mostrou que havia menos mulheres no comando de empresas americanas do que homens chamados John ou David.

No caso brasileiro, a pesquisa levou em conta 339 empresas e indica um possível círculo vicioso que, assim como na administração pública, impede que mulheres cheguem ao topo da hierarquia. Segundo Regina, embora a meritocracia esteja mais vinculada à iniciativa privada, a forma de indicação de mulheres para cargos de presidência não difere muito entre as duas esferas: “No setor privado, para chegar ao cargo de presidência, também há um jogo político que não favorece as mulheres.”

Regina também é coordenadora do mestrado profissional em Economia no Insper e do Núcleo de Estudos de Gênero do Centro de Estudos em Negócio. Ela lembra que, nas empresas, o processo de escolha geralmente passa pelos conselhos de administração, que costumam ser compostos majoritariamente por homens. Na administração pública, os cargos são objeto de indicações dos partidos políticos, também comandados por homens.

A situação no Brasil é ainda pior: nas eleições de 2014, a bancada feminina eleita para a Câmara foi de 9,9% dos deputados federais, o segundo país com menor índice de mulheres parlamentares na América Latina, onde a média é de 22%. Segundo Regina, a sub-representatividade em conselhos de administração e na política cria um círculo vicioso em que menos mulheres são indicadas para posições de poder e, com isso, elas não conseguem promover o crescimento de outras mulheres dentro das empresas.

Regina afirma ainda que pesquisas indicam que indivíduos têm um viés inconsciente que favorece os candidatos mais parecidos com eles. Esse tipo de comportamento também favorece homens sobre mulheres em áreas que não são culturalmente identificadas com o gênero feminino, como é o caso das ciências exatas. Segundo a coordenadora do Insper, o viés inconsciente foi constatado até em pessoas que acreditam que mulheres são capazes de exercer as mesmas funções que homens: “Se na escola os professores disserem que os homens são melhores em matemática, quando houver uma tarefa que envolve cálculo ou raciocínio lógico, inconscientemente muitos preferem contratar um homem”, explica.

 

 

 

 

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https://www.osul.com.br/apenas-4-de-79-empresas-estatais-federais-sao-presididas-por-mulheres/ Apenas 4 de 79 empresas estatais federais são presididas por mulheres 2018-02-19
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