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| As visitas do senador petista Humberto Costa ao delator que o denunciou na Petrobras

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A indicação de Costa pelo PT ocorre devido a um acordo com blocos partidários firmado no começo do ano. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O senador Humberto Costa (PT), líder da oposição no Senado, e o empresário Mário Beltrão, apontado como interposto do petista em supostas propinas de R$ 1 milhão na Operação Lava-Jato, visitaram juntos a Petrobras, segundo apontou o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em documento datado de fevereiro. Além dos registros oficiais da estatal petrolífera, Costa aparece na agenda de encontros do ex-diretor Paulo Roberto Costa, da área de Abastecimento, foco central do esquema de corrupção e cartel instalado na companhia entre 2004 e 2014. Em depoimento, o petista e o empresário admitiram encontros com o ex-diretor, mas negaram ilícitos.

As informações do jornal O Estado de S.Paulo constam de petição do ex-procurador-geral da República, em fevereiro. No documento, ele pedia que o inquérito sobre Humberto Costa não fosse enterrado, como sugeriu a delegada da Polícia Federal Graziela Machado. “Após detida análise detida dos autos, certo é que a linha investigativa erigida pela autoridade policial restou insuficiente, o que culminou no encerramento prematuro da apuração policial”, concluiu o procurador, à época.

Em agosto de 2016, Graziela pediu o arquivamento do inquérito por entender que não havia informações que corroborassem com a fala do delator Paulo Roberto Costa, que acusava o senador de usar o seu amigo Beltrão para pedir R$ 1 milhão em propinas da empresa White Martins com o fim de abastecer a campanha de 2010.

Meses depois do parecer, a Odebrecht firmou acordo de delação premiada e seus executivos revelaram pagamentos, por meio de contratos supostamente fictícios com empresas do suposto operador de Humberto Costa.

As investigações foram retomadas em março a mando do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo. Endereços ligados a Beltrão foram alvo de busca e apreensão ainda naquele mês, no âmbito da Operação Satélites, primeira embasada nas delações dos 77 executivos da maior empreiteira do país.

Ainda antes da ação da PF, quando Janot apontou a ‘insuficiente’ investigação da delegada Graziela Machado sobre o caso, se embasou, entre outros argumentos, em registros de visitas oficiais de Márcio Beltrão à Petrobras.

“Mário Beltrão tem diversos registros de entrada no prédio da Petrobrás como representante da Engeman, constando, para 2010, 18 visitas a Paulo Roberto Costa (10/03/2010, 24/05/2010, 26/05/2010, 15/06/2010, 16/06/2010, 15/07/2010, 18/08/2010, 18/08/2010, 25/08/2010, 09/09/2010, 29/10/2010, 16/11/2010 e 25/11/2010) e 6 visitas para Renato Duque (26/01/2010)”, anotou Janot.

Duque, que não é delator, confessou ter participado de esquemas de corrupção na Petrobras.

Janot ainda aponta que ‘identificou-se três registros na agenda de Paulo Roberto Costa de cafés da manhã’. Um deles, no Hotel Sofitel Copacabana, com Mário Beltrão, cujo registro aparece como ‘secret. Humberto Costa’ para o dia 29/01/2010’.

Em outro registro na agenda do delato, Humberto Costa teria se encontrado com ele no dia 19 de março de 2010, ‘em local conhecido por ESBRAS’

Ainda em julho, pouco antes da campanha, Paulo Roberto registrou um café da manhã com Humberto e Beltrão no Copacabana Palace no Rio de Janeiro.

“Há outros registros anteriores a 2010 (2006 e 2008) com Humberto Costa e Mário Beltrão (representando White Martins e Schahin) e 2009”, argumentou Janot.

Em seu depoimento, Beltrão admitiu ‘que já esteve, com Humberto Costa, na sede da Petrobras para tratar com Paulo Roberto Costa temas de desenvolvimento de Pernambuco, enquanto presidente da associação das empresas desse Estado’. Já Humberto Costa afirmou que ‘seu trabalho junto à Petrobras era realizado com seu amigo de infância Mário Beltrão, presidente da associação das empresas pernambucanas, que concentra as pessoas jurídicas que atuam no entorno do Porto do Suape’.

Atualmente, o inquérito sobre o senador trabalha com duas linhas de investigação. Uma delas, embasada na delação de Paulo Roberto Costa, de que a empresa White Martins teria repassado R$ 1 milhão em propinas para obter vantagens junto ao Comperj. Para tanto, teria se utilizado de contratos com empresas de Bletrão. A Engeman e a MSM Consultoria, de propriedade do empresário, chegaram a ter vínculos contratuais. A White Martins comunicou que jamais fez doação para qualquer campanha do senador Humberto Costa.
Costa indica que espera há quase três anos pela conclusão das apurações, com as quais colaborou em todos os sentidos e em todas as etapas

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