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Por Redação O Sul | 11 de julho de 2019
Em café da manhã, no Palácio do Planalto, com parlamentares da bancada evangélica, o presidente da República, Jair Bolsonaro, defendeu nesta quinta-feira (11) uma articulação com governadores dos Estados brasileiros para revogar a demarcação de áreas atualmente voltadas à conservação ecológica.
O presidente citou como exemplo a reserva ecológica de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde ele defende que sejam implantadas atividades turísticas, a exemplo da cidade mexicana de Cancún.
“Por exemplo, vale para todos os Estados. No Rio de Janeiro, a gente quer fazer ali, pretende, com dinheiro de fora, transformar a baía de Angra em uma Cancún. Mas o decreto que demarca a estação ecológica só pode ser derrubado por uma lei”, disse o presidente. “Conversei com o [Ronaldo] Caiado [governador de Goiás] nesse sentido, com o governador do Pará também, estamos conversando com vários governadores, no sentido de nós nos unirmos para desmarcar muita coisa, por decreto no passado, para poder fazer com que o Estado possa prosseguir”, afirmou Bolsonaro à plateia de políticos evangélicos.
Transformar a região de Angra dos Reis em “uma Cancún” é uma ideia conhecida de Bolsonaro. É lá que fica a Estação Ecológica Tamoios, unidade de conservação federal criada em 1990, que abrange parte do ambiente marinho e ilhas da Baía da Ilha Grande e fica localizada entre os municípios de Angra dos Reis e Paraty, no Rio de Janeiro. Em 2012, Bolsonaro foi multado por pesca ilegal na região pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
No encontro com os evangélicos, Bolsonaro também destacou as suas propostas para mudanças nas regras de trânsito como exemplos de “pequenas medidas” que podem trazer “a população para o nosso lado”. O presidente citou a sua intenção de apresentar um projeto de lei extinguindo a exigência de que o exame médico para a carteira de habilitação seja feito em uma clínica certificada pelos órgãos de trânsito e passe a poder ser emitido por qualquer médico.
“Estou tendo pressões enormes porque resolvi dar um ponto final nas ‘multagens’ eletrônicas. O pessoal sabe para que que funciona isso, né? Infelizmente, não é para salvar vidas, a intenção é exatamente outra, infelizmente”, declarou o presidente da República ao comentar a sua intenção de acabar com os radares nas estradas federais brasileiras.