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Por Redação O Sul | 1 de junho de 2019
Em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro disse estar preocupado com a quebra de sigilo bancário de seu filho Flávio Bolsonaro (PSL) e falou sobre a sua relação de amizade com Fabrício Queiroz, pivô da investigação do Ministério Publico do Rio de Janeiro.
“Lógico [que preocupa]. Se alguém mexe com um filho teu, não interessa se ele está certo ou está errado, você se preocupa”, disse o presidente à revista.
Segundo a Promotoria, há indícios robustos dos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio de 2007 a 2018 na Assembleia Legislativa do Rio, período em que Queiroz trabalhou com o então deputado estadual como uma espécie de chefe de gabinete.
Foi com base nesses indícios que a Promotoria solicitou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de 86 pessoas e nove empresas. No caso de Flávio, uma comunicação do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) se refere a 48 depósitos sequenciais de R$ 2 mil em espécie em sua conta bancária de 9 de junho a 13 de julho. O senador afirmou que esses valores se referem a uma parcela do pagamento que recebeu em dinheiro pela venda de um imóvel no período e que foram depositados por ele mesmo em um caixa eletrônico.
“São os tais R$ 96 mil em depósitos de R$ 2 mil. Ele vendeu um apartamento, recebeu em dinheiro e fez os depósitos na conta dele. Um relatório do Coaf diz que, entre junho e julho de 2017, foram identificados 48 depósitos, de R$ 2 mil cada um, na conta do Flávio. O valor de R$ 2 mil é o máximo permitido para depósitos em envelope no terminal de autoatendimento da Assembleia Legislativa do Rio”, explicou Jair Bolsonaro.
“Falaram que os depósitos fracionados eram para fugir do Coaf. Dois mil reais é o limite que você pode botar no envelope. O que tem de errado nisso? Aí vem o Queiroz. Realmente tem dinheiro de funcionário na conta dele. O Coaf disse que há movimentações financeiras suspeitas e incompatíveis com o patrimônio do Queiroz. Mas quem tem de responder a isso é o Queiroz”, completou.
A investigação do Ministério Público foi aberta após um relatório do governo federal ter apontado movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017. Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo, em data próxima do pagamento de servidores da Assembleia do Rio.