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Mundo Como as mulheres dominaram postos mais altos das principais grifes da alta-costura francesa

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Desfile de roupas da grife Iris van Herpen. (Foto: Reprodução)

Algo inesperado aconteceu na alta-costura parisiense, topo da pirâmide da moda europeia e centro vital de sua identidade: aos poucos, discretamente, aparentemente do dia para a noite (é claro que não foi), ela passou a ser definida pelas mulheres. Hoje, elas estão à frente das três casas francesas mais famosas: na Chanel, Virginie Viard é a diretora artística; na Dior, Maria Grazia Chiuri; e na Givenchy, Clare Waight Keller.

Enquanto isso, a grife mais singular da nova geração no momento, a Iris van Herpen, é administrada pela estilista que lhe emprestou o nome. Pode não parecer muita coisa, mas em um setor que está encolhendo isso significa que o equilíbrio do poder de influência está em mãos femininas. Gostando-se ou não do que estão fazendo – e os resultados são contraditórios –, não há dúvida de que são elas que dominam a conversa.

E só esse fato em si já é um progresso e tanto.

Em 1º de julho, Marlène Schiappa, ministra francesa da Igualdade de Gênero, ofereceu a Legião de Honra a Maria Grazia Chiuri. Diante de um público que incluía a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, a ativista social Bianca Jagger e um grupo de executivos para lá de animados do LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, a ministra fez a seguinte colocação: “Você provou a todas as mulheres que tinha a capacidade de mudar as coisas pondo a mão na massa”.

A seguir, reconheceu o trabalho de Chiuri na redefinição da Dior como uma marca feminista (embora a mensagem possa ser um tanto exagerada). Tudo isso aconteceu algumas horas depois de um desfile da maison no qual Chiuri se concentrou nas roupas como “o primeiro espaço de autodefinição” e na alta-costura como o máximo da personalização.

Que ela o tenha feito com uma coleção praticamente toda em preto foi uma declaração e tanto de sua individualidade – “preto é uma cor muito pessoal”, afirmou nos bastidores, antes do desfile, usando um quimono, camisa e calças pretos destacando os detalhes em peças saídas diretamente de seu vernáculo Dior. Contudo, vale um olhar mais atento ao casaquinho Bar, aos vestidos de noite de alcinha e os casacos de ombros pequenos para notar as camisetas transparentes em point d’esprit sob os espartilhos, os sapatos emplumados de meia arrastão subindo até as coxas sob a saia bufante, o drapeado elegante de um casaco justo no quadril. E lembre-se: quando a cliente pede a roupa, pode escolher a cor.

Nesse aspecto, o desfile foi menos explicitamente ativista do que o de outras coleções de Chiuri. Embora tenha feito da camiseta com texto uma especialidade, a começar da primeira coleção “Devemos Todos Ser Feministas”, a única mensagem da vez era de Bernard Rudofsky, uma questão que ele levantou em 1944 na primeira exposição de moda do Museu de Arte Moderna: “As roupas são modernas?” (Para ser justa, Chiuri usou como moldura para o desfile uma instalação da artista feminista Penny Slinger, que transformou a sede da Dior, na Avenida Montaigne, em um habitat aquoso meio inquietante, onde deusas piscavam e uma árvore antiga se retorcia, ou seja, ela não se desviou muito de seu tema.)

Chiuri não respondeu exatamente à pergunta, e sua procissão incansável de vestidos de princesa, sua repetição após repetição de cinturas marcadas e quadris moldados, parecia presa à fidelidade a outra época (o trançado prateado em uma coluna de lamê que lembrava uma armadura, por outro lado, tinha decididamente um ar contemporâneo). Porém, em sua insistência no direito de escolha da mulher – o que põe sobre o corpo e todo o resto –, a estilista está em um momento todo seu.

Da mesma forma, Virginie Viard, antigo braço direito de Karl Lagerfeld, encarregada de levar o legado dele adiante na Chanel, parecia, em seu desfile inaugural solo, estar levando a casa, ainda que bem sutilmente, para uma nova era, um pouco mais preocupada com quem manda.

As calças (de corte largo e longo em tweed buclê, musselina e cetim de seda, combinadas com tailleurs impecáveis ou como parte do macacão) dominaram a coleção. Usadas quase sempre com mocassim ou sapatilha de laço em preto e branco, às vezes generosamente plissadas, às vezes na versão palazzo, uma vez até na forma de bombacha transparente e sequinha, elas são práticas e servem até para os eventos mais formais. Como vemos, por exemplo, a blusa branca adorável em chiffon, combinada com um modelo plissado, ou o pijama rosa com quimono combinando usado pela noiva.

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