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Brasil Como explicar as rusgas entre Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e quais são as possíveis consequências

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Presidente da Câmara foi fundamental para a vitória de Temer contra a 1ª denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

No último domingo (15), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou o advogado de Michel Temer, Eduardo Pizarro Carnelós, de “incompetente” e “irresponsável” e disse que servidores da Casa presidida por ele pretendiam processá-lo. No dia anterior, o defensor tinha se referido à divulgação de depoimentos do operador Lúcio Funaro como um “criminoso vazamento” – sem saber que o material tinha sido publicado no site da Câmara.

A fala contra Carnelós foi apenas o mais grave sintoma do desentendimento entre Maia e o presidente. Vários fatos nos últimos dias contribuíram para a cizânia: disputa por deputados que estão de saída do PSB; um desentendimento na tramitação de uma medida provisória que interessa ao setor financeiro e até um jantar de senadores peemedebistas contrários a Temer, do qual o democrata participou no último domingo.

Alguns correligionários de Maia no DEM dizem, sob condição de anonimato, que a crise atual pode ser o prelúdio de um rompimento da sigla com o governo. O movimento ocorreria já no começo de 2018, com vistas à eleição do ano que vem. A maioria, porém, diz que não é este o caso, pois provavelmente Temer não será candidato à reeleição – e, portanto, não haveria empecilho para DEM e PMDB seguirem juntos.

O único ponto no qual todos concordam é que são grandes as chances de o partido de Maia ter candidato próprio a presidente no ano que vem. Independentemente de com ou sem o apoio de Michel Temer e do PMDB.

De outro lado, o mercado financeiro mostra preocupação com a possibilidade da rusga entre os chefes da Câmara e do Executivo se estender por mais alguns meses. Neste caso, a reforma da Previdência pode acabar inviabilizada – o objetivo do Planalto é votar o tema na Câmara ainda no fim deste ano.

Mudança de posição?

As duras críticas de Maia levaram questionamentos sobre se sua posição – e fidelidade a Temer – continua a mesma. Afinal, o deputado é o primeiro na linha de sucessão da Presidência da República.

Se, por exemplo, a Câmara autorizar o andamento da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente – e o Supremo Tribunal Federal aceitá-la, transformando-o em réu – é o democrata que passa a ocupar o Planalto. Ele nega qualquer ambição neste sentido.

“Mudar, (de posição em relação ao governo) não mudou”, diz o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), assegurando que Maia “não quer conspirar, nunca conspirou e não vai conspirar (para derrubar Temer)”.

“Mas atacar o presidente da Câmara dos Deputados não é uma boa defesa para o presidente (Michel Temer)”, ressalva o político baiano, que acompanha a carreira do filho do ex-governador fluminense Cesar Maia desde que ele entrou na Câmara, ainda moço – o primeiro de seus cinco mandatos na Casa começou em 1999.

Desentendimentos

Na crise atual, a primeira grande “canelada” de Temer no DEM foi a disputa por um grupo de deputados que estão prestes a ser expulsos do PSB – entre eles a líder da sigla na Câmara, Tereza Cristina (MS). O grupo, de quatro parlamentares, estava negociando a ida para o DEM quando o governo entrou em campo. Agora, tudo indica eles irão para o PMDB.

“Rodrigo Maia estava fazendo tratativas com o pessoal do PSB, que estavam a caminho do DEM. E aí o PMDB intervém, de forma desleal, tentando impedir o crescimento do partido do presidente da Câmara”, resume um correligionário de Maia, o deputado Marcos Rogério (RO).

Temer teria patrocinado na semana passada outra medida vista como provocação a Maia.

O presidente da Câmara é próximo do sistema financeiro, onde começou sua vida profissional. Mas na semana passada uma articulação do Planalto impediu que a Casa votasse uma medida provisória que permite ao Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários fechar eventuais acordos de leniência com bancos.

A medida é considerada de extrema relevância pelo setor, inclusive por causa da possibilidade da Lava Jato avançar sobre o sistema financeiro. Sem isso, os bancos teriam que negociar leniências da mesma forma que todas as outras empresas, com o Ministério Público Federal.

Vereador pelo DEM no Rio de Janeiro, Cesar Maia nega uma mudança de rumo. “Nada muda em relação ao apoio ao governo”, diz, afirmando que a postura do filho ao comandar a análise da segunda denúncia contra o presidente será a mesma da primeira, marcada pela “impessoalidade”.

Entretanto, perguntado sobre haver um movimento do DEM de se descolar do governo a caminho das eleições de 2018, ele relativiza a aliança. “Nada tem a ver o DEM no governo, em defesa das reformas que são fundamentais, e o ano eleitoral de 2018”, diz.

 

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