Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O PP vive hoje, no auditório da Assembleia Legislativa, a convenção de maior tensão de sua história. A desistência de Ana Amélia Lemos de concorrer à reeleição para o Senado e sua decisão de integrar a chapa de Geraldo Alckmin ainda não foi absorvida por todo o partido. Reuniões da executiva progressista, em Porto Alegre, sucederam-se da manhã à noite de ontem.
A mudança de rumos implica em retirar a candidatura do deputado federal Luis Carlos Heinze ao governo do Estado, fazendo com que ocupe a vaga aberta por Ana Amélia. Durante o dia de ontem, Heinze deu declarações que oscilaram entre a aceitação da nova condição e a desistência em concorrer.
Rota de colisão
Desde o começo do ano, ficou flagrante o desentendimento. Ana Amélia preferia apoiar a candidatura do tucano Eduardo Leite ao Palácio Piratini. Heinze não abria mão de concorrer ao governo. Agravou-se quando Heinze anunciou que faria campanha em favor de Jair Bolsonaro. Ana Amélia não compactuou com esse apoio.
Reviravolta
Em meio à forte turbulência, deputados estaduais do PP fizeram a tentativa, ontem pela manhã, de indicar Heinze como vice de José Sartori. A hipótese foi bem aceita por setores do MDB.
Para tirar proveito
O PP propôs ontem coligação com a aliança PSDB e PTB também na eleição à Câmara dos Deputados. Ouviu um sonoro não.
História de 73 anos
O Partido Social Democrático, berço do PP, surgiu a 17 de julho de 1945. Tinha caráter centrista, reunindo antigos interventores nomeados pelo presidente Getúlio Vargas nos estados. Extinguiu-se a 27 de outubro de 1965 com o Ato Institucional número 2. Foi sucedido pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), que se manteve até 20 de dezembro de 1979, quando o governo eliminou o bipartidarismo. Surgiu, então, o PDS, que trocou a sigla para PPR, PPB e, finalmente, PP.
Corrida ao Piratini
Alguns comparam o clima da convenção de hoje do PP ao de 1966, quando a Arena teve de escolher entre Tarso Dutra e Walter Peracchi Barcellos para eleição indireta ao governo do Estado. Os debates foram intensos nos bastidores, mas a ordem final, poucos instantes antes de começar o encontro no Theatro São Pedro, veio de Brasília: o poder central se decidiu por Peracchi.
Semana de surpresas
Marta Suplicy deixou ontem o MDB, mesmo com a oferta para ser vice na chapa de Henrique Meirelles. O enfado com a política é tanto que ela nem concorrerá à reeleição para o Senado. A alta sociedade paulistana terá de volta uma grande protagonista em chás e banquetes.
Cresce a chance de Germano Rigotto compor na dobradinha com Meirelles.
Retaguarda
O MDB deverá impulsionar Meirelles. Tem o presidente da República, quatro ministros, cinco governadores, três vice-governadores, 51 deputados federais, 18 senadores, 118 deputados estaduais, 1 mil e 49 prefeitos, sendo quatro de capitais, 778 vice-prefeitos e 7 mil e 564 vereadores, além de 2 milhões e 300 mil filiados no País.
Além disso, o ex-ministro da Fazenda se distancia dos demais candidatos pelos conhecimentos sobre Economia.
Distantes
A 4 de agosto 1998, pesquisa Ibope com 2 mil eleitores em todo o País mostrou que 48 por cento tinha pouco ou nenhum interesse nas eleições a senador e deputado. Apenas 20 por cento declararam grande ou muito grande interesse. Quanto à escolha de candidatos, 90 por cento disseram que não tinham definições.
Há 20 anos, não se falava em mensalão e Operação Lava-Jato, mas a descrença já era expressiva.
Constatação
Em campanhas eleitorais, é comum a falta de palavras para descrever a onda de palavras sem sentido.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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